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Fome e islamismo em África: Temas em foco na imprensa alemã

António Cascais4 de outubro de 2013

A forme fustiga o continente africano. Partido islamista Ennahda retira-se do Governo tunisino. Forças do Al-Shabab anunciam ofensiva. São alguns títulos de artigos publicados, ao longo da semana, nos jornais alemães.

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Foto: Fotolia

Uma em cada oito pessoas sofre de fome crónica no mundo, revela um relatório das Nações Unidas divulgado esta terça-feira (01.10) em Roma. A África subsaariana fez progressos modestos e continua a ser região com a mais alta prevalência de subnutrição, com uma em quatro pessoas a passar fome.

O Frankfurter Allgemeine Zeitung comenta o tema da seguinte forma: Os progressos no que diz respeito ao combate à fome são poucos no continente africano e sobretudo na África subsahariana.

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Nos últimos 20 anos, a percentagem de subnutridos diminuiu, é certo. Mas apenas de 33% para cerca de 25%. Isso sabe a pouco.

Segundo a ONU, a fome está frequentemente ligada à instabilidade política.

São necessárias medidas suscetíveis de melhorar a situação económica das camadas mais pobres no continente africano.

Partido Ennahda quer voltar reforçado ao poder

Na Tunísia, depois de várias semanas de protestos, o partido islâmico Ennahda informou que vai retirar-se do governo, entregar o poder aos tecnocratas e iniciar conversações. O Süddeutsche Zeitung explica que a retirada dos islamitas do Ennahda do governo se deve ao medo de virem a compartilhar o mesmo destino que a Irmandade Muçulmana no Egito.

O derrube do Presidente Mohammed Morsi, no Egito. foi acompanhado de perto pelos colegas da Tunísia que observaram a onda de violência que se gerou no país. Nas entrelinhas dos discursos do líder do Ennahda, Rachid Ghannouchi, já há algum tempo se percebiam temores de que " algo semelhante " pudesse acontecer na Tunísia. Mas tudo indica que o Ennahda se consiga renovar nos próximos tempos e possa mesmo sair reforçado das próximas eleições na Tunísia.

Tunesien - Sorgen um die Pressefreiheit
Manifestantes protestam contra restrições à liberdade de imprensa levadas a cabo pelo EnnahdaFoto: DW

A revista Der Spiegel debruça-se sobre a génese e a importância dos vários grupos terroristas islamicos que atuam no continente africano. De acordo com a revista, esses grupos dispõem de muito dinheiro, de muitas armas, de muitos contactos, assim como de muito espaço para se retirarem quando necessário.

No Mali, na Argélia e noutros países do norte e oueste de África atuam os combatentes da Aqmi, Al-Qaida no Magrebe islamico. Na Nigéria é a seita radical-islamica Boko Haram, e na África oriental é o AL-Shabab, que - tudo indica é o grupo mais forte, com mais de 5mil homens armados, e dispostos a matar e morrer pelas causas que dizem serem sagradas."

Grupos islâmicos ameaçam a paz

O General-Anzeiger, editado em Bona, publica um retrato de um terrorista islamista de descendência alemã. Trata-se de Andreas M., que - tudo o indica - terá participado no atentado da Al-Shabab contra um centro comercial na capital queniana de Nairobi.

Segundo o jornal, Andreas M., hoje com 41 anos de idade, integrou um grupo islamista na cidade de Bona nos anos 90. Há alguns anos casou-se com uma cidadã da Eritreia, na altura residente na cidade alemã de Colónia.

Nigeria Kano Anschlag
Atentado perpetrado pelo grupo Boko Haram, na cidade de Kano, norte da Nigéria, em julho de 2013Foto: AMINU ABUBAKAR/AFP/Getty Images

Depois terá feito um treino militar na região fronteiriça entre o Afeganistão e o Paquistão. Mais tarde mudou-se para a Somália, onde - tudo indica - terá ascendido a uma posição de liderança.

Serviços secretos de Israel alertaram Quénia

O Berliner Zeitung publica um artigo sobre o atentado de Nairobi, perpetrado pelas forças Al-Shabab e que vitimou pelo menos 72 pessoas. Segundo o jornal alemão, as vítimas poderiam ter sido evitadas, se as autoridades quenianas tivessem levado a sério um alerta lançado - poucos dias antes do atentado - pelos serviços israelitas de informação.

O dossiê dos serviços secretos israelitas foi enviado a quatro diferentes ministérios quenianos: ao da defesa, dos negócios estrangeiros, das finanças e do interior. Além disso também foi enviado à chefia das Forças Armadas quenianas.

As informações contidas nesse dossiê eram bastante concretas, mas não foram levadas a sério. O Parlamento queniano tenta agora apurar quem são os responsáveis.

Somalia Terror Shabaab Kämpfer tranieren bei Mogadishu
A organização Al-Shabab tem mais de 5mil homens armados nas suas fileiras. Foto: campo de treino perto de Mogadishu, SomáliaFoto: picture-alliance/AP