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FRELIMO e RENAMO comprometem-se a diálogo regular

11 de março de 2021

Em encontro inédito, secretários-gerais dos partidos FRELIMO e RENAMO salientaram a necessidade de mais encontros para o "crescimento" da democracia. Mas RENAMO exigiu à FRELIMO que pare de perseguir os seus membros.

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Foto de arquivo, outubro de 2019Foto: DW/L. da Conceição

O encontro inédito teve lugar na manhã desta quinta-feira (11.03), em Maputo. Os secretários-gerais da FRELIMO e da RENAMO reforçaram o seu compromisso com a paz, reconciliação nacional e preservação da democracia.

Mas a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição, fez velhas exigências: a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) deve parar de perseguir os seus membros como condição para que esses ganhos sejam consolidados.

No final do encontro, o secretário-geral da RENAMO, André Magibire, frisou que todos os atores políticos e a sociedade civil "devem ter espaço para funcionar".

André Majibire Generalsekretär von Renamo
André Majibire, secretário-geral da RENAMOFoto: Romeu da Silva/DW

"Estamos a apelar desde já que não pode haver nenhum membro de um partido que persiga e bata ou perturbe alguém ou crie desordem para inviabilizar o exercício da atividade política", apelou.

Mais encontros

Majibire disse ainda que neste encontro foi "assinado um compromisso" entre as duas partes para manter diálogos regulares, tudo em nome da paz, reconciliação e democracia.

"Daqui em diante vamos conviver todos como irmãos", assegurou. "Como partidos políticos, temos que trabalhar, é preciso que se criem condições, é necessário que as lideranças dos partidos consciencializem os seus seguidores no sentido de que todo o partido político deve ter espaço para trabalhar em qualquer parte deste território nacional."

O secretário-geral da FRELIMO, Roque Silva, reconheceu haver necessidade de mais encontros entre os partidos políticos para a promoção da paz, reconciliação e preservação da democracia.

Roque Silva, secretário-geral da FRELIMOFoto: Romeu da Silva/DW

"Acredito ter sido um bom começo e estamos abertos para continuarmos a discutir com a RENAMO, com o MDM, com qualquer outro partido, tudo aquilo que possa envolver efetivamente a tranquilidade para os moçambicanos - mas também discutir com qualquer força viva da sociedade tudo aquilo que possa ajudar Moçambique a crescer", assinalou.

A FRELIMO sublinha  que, sobretudo depois das disputas eleitorais, este é o momento para que haja encontros entre os partidos: "Queremos assumir que, como FRELIMO, continuaremos a trabalhar para que a democracia continue a crescer, conscientes de que todos os processos democráticos são um processo e não há nenhum modelo democrático, um modelo totalmente acabado".

No encontro, o secretário-geral da RENAMO, André Magibire, negou acusações de André Matsangaíssa Júnior sobre alegadas arbitrariedades no patenteamento dos guerrilheiros do partido.

Segundo Matsangaíssa Júnior, faltam critérios nesse patenteamento. Mas Magibire clarifica: "As decisões em relação a esse assunto não são tomadas por uma pessoa, são tomadas por um corpo. Eu sou membro da Comissão de Assuntos Militares, mas Magibire sozinho não decide. Se tiver que haver uma decisão, para ser vinculativa, tem de ser da Comissão dos Assuntos Militares".

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