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FRELIMO nega linchamento de membro do MDM em Tete

Amós Zacarias (Tete)12 de janeiro de 2016

O MDM acusa a FRELIMO de assassinato por linchamento de Sousa Matola, chefe de informação do partido da oposição em Tete, no centro de Moçambique. O partido no poder nega as acusações e exige a apresentação de provas.

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Foto: Gerald Henzinger

Segundo o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em Tete, a morte de Sousa Matola ocorreu no bairro Matudo, nos arredores daquela cidade, a 21 de dezembro, duas semanas depois de o partido ter recebido um despacho do secretário do bairro Matundo, que informava que todas as atividades políticas da oposição naquele local dependiam da sua autorização.

Celestino Bento, delegado político provincial do terceiro maior partido moçambicano em Tete, diz não ter dúvidas de que o crime foi cometido pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). "Fomos falar com o secretário do Bairro Matundo para o informar que iríamos inaugurar a nossa sede e ele deu-nos um despacho a dizer que, se inaugurássemos a sede, este não se responsabilizaria pelas consequências", informou Bento.

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Celestino Bento, delegado provincial do MDM em TeteFoto: DW/A. Zacarias

Celestino Bento adianta ainda que naquele dia houve várias tentativas de incendiar a sede do MDM no Bairro Matundo. "Colocaram gasolina, tentaram arder as paredes, mas não foi possível porque são paredes de tijolo queimado, rasgararam todos panfletos".

Para o delegado provincial do MDM, estas são provas suficientes para que as investigações prossigam.

Detido membro do MDM

Em entrevista à DW África, o porta-voz do comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Tete, Luís Núdia, revela que já foi feita uma detenção relacionada com este caso. Diz que se trata de um membro do MDM, que é suspeito de ter tido uma briga com a vítima no dia da sua morte, a 21 de dezembro.

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Luís Núdia, porta-voz da PRM em TeteFoto: DW/A. Zacarias

"Segundo informações a que a polícia teve acesso, as pessoas com quem ele esteve a conviver antes da sua morte não eram pessoas de outro partido. Podemos até admitir que são pessoas do mesmo partido, com quem se dava mais", afirma Luís Núdia. Por isso, exclui "a hipótese de que ele tenha sido impedido de realizar as suas atividades naquele bairro".

Celestino Bento nega que o jovem detido seja membro do MDM e diz que a polícia está a mentir."Quem disse à polícia que ele é membro do MDM?", interroga o delegado político do terceiro maior partido moçambicano.

"A polícia está a tentar encobrir, está ser usada pelo partido FRELIMO. A polícia não tem provas de que foi aquele jovem que praticou aquela acção. Nós temos provas de pessoas que nos ameaçaram", sublinha.

O MDM em Tete diz que os seus membros são torturados e impedidos de exercer as suas atividades políticas nos distritos de Tsangano, Mágoe, Changara, Chiúta e Mutarara.

FRELIMO nega acusações

Ofélio Jeremias, primeiro secretário do partido FRELIMO na cidade de Tete, nega que a sua formação política tenha linchado Sousa Matola.

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"A FRELIMO não está contra os partidos políticos. Em nenhum momento a FRELIMO impede actividades políticas de outros partidos. Com que base há essa acusação?"; questiona Ofélio Jeremias, acrescentando que o Governo está a trabalhar para esclarecer quem são os autores deste crime.

Por outro lado, o partido no poder considera importante que o MDM encontre os assassinos de Sousa Matola. "Quem acusa tem que provar. Isso é imaturidade política daqueles que não têm política. São partidos falso", conclui Jeremias.

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