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Exército do Gana intervém em conflitos no Parlamento

AFP | Lusa
7 de janeiro de 2021

Poucas horas antes da tomada de posse do Presidente Nana Akufo-Addo no Gana, o exército interveio no Parlamento para restabelecer a calma em conflitos que ocorreram entre os deputados do partido no poder e da oposição.

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Nana Akufo-Addo foi reeleito para um segundo mandato com 51,59% dos votosFoto: AP Photo/picture alliance

Entre a noite de quarta-feira (06.01) e esta madrugada, o Parlamento do Gana foi palco de conflitos entre os deputados do partido no poder e da oposição. O caos eclodiu quando um deputado do partido do Governo tentou roubar a urna que continha os votos durante a votação para a presidência do Parlamento.    

O confronto durou várias horas até à chegada do exército, com a televisão nacional a transmitir ao vivo o drama vivido nesta sessão pré-inaugural.

"É uma violação total da lei", disse Kwame Twumasi Ampofo, deputado do Congresso Nacional Democrático (NDC), da oposição.

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"Mesmo que houvesse problemas de segurança, o exército não tem lugar na Câmara. Protestámos (contra a tentativa de roubo de cédulas), mas não fomos violentos", sublinhou Ampofo.

"Um tribunal fez saber que um dos parlamentares eleitos não tinha permissão para votar", disse à agência de notícias AFP Atta Akyea, legislador do partido no poder.  "Toda esta votação (para eleger o presidente do Parlamento) está, portanto, marcada por irregularidades, é uma pena", concluiu.

O Parlamento, eleito em dezembro, é dividido quase igualmente entre os deputados do Novo Partido Patriótico (NPP) e do NDC, que compartilham cada um 137 assentos, além de um parlamentar independente.

Irregularidades

Os deputados tiveram de votar na quarta-feira (06.01) para eleger o seu presidente, poucas horas antes da investidura oficial do novo Parlamento e do Presidente do país, num resultado contestado pela oposição.

A cerimónia decorre no Parlamento ganês, na capital Acra, e surge após o candidato opositor e antigo Presidente John Dramani Mahama, que obteve 47,36% dos votos, ter apresentado uma queixa no Supremo Tribunal do Gana no final de dezembro.

Segundo os observadores internacionais e locais, a votação decorreu num ambiente geralmente calmo, embora tenham sido mortas cinco pessoas durante os dias da votação e da contagem dos votos, de acordo com a polícia.