1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Gigantesca reserva natural criada em África

18 de agosto de 2011

A assinatura, na capital angolana, Luanda, a 18 de agosto, de um acordo entre Angola, o Botsuana, a Namíbia, a Zâmbia e Zimbabué, cria uma das maiores reservas naturais do mundo, a KAZA.

https://p.dw.com/p/Rggu
A reserva natural de Kaza expande o habitat dos elefantesFoto: Michael Poliza

O nome deve-se às letras iniciais dos dois grandes rios da região, Kavango e Zambeze. Com 350 000 quilómetros quadrados, o parque tem uma superfície superior à da Grã-Bretanha. Os cinco países africanos que participam neste projeto continuam a ser divididos por fronteiras artificiais criadas na era colonial. O professor Andrew Nambota, diretor da secção zambiana do projeto, comenta: "Será que os animais conhecem e reconhecem fronteiras? Claro que não. Estas fronteiras foram um desastre, um erro crasso cometido pelas pessoas".

Assim, o projeto torna-se igualmente num sinal de recomeço após a era colonial, as guerras de libertação e as guerras civis. Por enquanto, o parque de KAZA ainda é um aglomerado de 36 reservas naturais e áreas protegidas, onde grassa a pobreza mas abundam as espécies animais, incluindo 200 000 elefantes. O principal financiador do projeto é o Banco Alemão de Desenvolvimento, KfW, ou, por outras palavras, o contribuinte alemão.

Massai Mara Nationalpark
O turismo pode gerar empregoFoto: picture-alliance / dpa

A Alemanha é o principal financiador

O gestor alemão do projeto, Ralph Kadel, diz que esta contribuição para a preservação do ambiente também é uma medida de combate à pobreza: "A pobreza em África preocupa-nos seriamente” Por isso, explica, a política de desenvolvimento alemã pretende contribuir para evitar catástrofes como aquela que atualmente ocorre no Corno de África: “Neste sentido, a proteção da natureza pode prestar um grande serviço".

Os países participantes concordam que o turismo ecológico pode vir a ser um motor de criação de emprego em toda a região. Regra geral, parte-se do princípio que oito turistas criam um posto de trabalho. Mas Ralph Kadel, do KfW, salienta que a conservação da diversidade das espécies é do interesse também dos alemães: "O ar que nós alemães respiramos não é produzido apenas na Alemanha, mas também no Amazonas, na Bacia do Congo e na África Austral".

BdT Deutschland Zoo Giraffe in Frankfurt mit Baby
A conservação da diversidade das espécies é de interesse globalFoto: AP

A liberdade dos elefantes

Para Kadel, a assinatura do acordo após sete longos anos de preparação é um autêntico marco histórico. Corredores biológicos vão passar a ligar numerosas reservas naturais, que atualmente funcionam como ilhas isoladas. Os elefantes no Botsuana, onde a população ultrapassa os limites do sustentável, poderão procurar novos habitats em Angola ou na Zâmbia.

Os primeiros 40 km de cerca na fronteira já foram desmantelados, levando a uma migração instantânea dos elefantes, observou entusiasmado um dos iniciadores do projeto, o professo sul-africano Willem van Riet: "Foi fantástico. Como colocámos transmissores nos elefantes pudemos segui-los via GPS e constatar que se mudaram mesmo para a Zâmbia e para a Angola, onde optaram por permanecer".

Dentro em breve, as fronteiras passarão a ser também permeáveis para as pessoas. Tanto para os habitantes locais, como para os turistas, que necessitarão apenas de um visto para todo o parque de Kaza. Ralph Kadel: "Trata-se de uma questão central, decisiva para o sucesso ou o fracasso do projeto"

Flash Galerie Tiere
Espécies em vias de extinção encontram protecção em KazaFoto: picture-alliance / united-archives/mcphoto

Autor: Claus Stäcker

Edição: Cristina Krippahl / António Rocha