1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Goodluck Jonathan vai recandidatar-se à Presidência da Nigéria

Ben Shemang / Guilherme Correia da Silva / AFP11 de novembro de 2014

Jonathan vai concorrer às eleições presidenciais de fevereiro de 2015. O anúncio soou mal a alguns nigerianos, um dia depois de um atentado suicida que matou, pelo menos, 47 estudantes.

https://p.dw.com/p/1DlW4
Foto: picture-alliance/AP

Os apoiantes de Goodluck Jonathan rumaram a Abuja na segunda-feira à noite para o comício. Eles vieram de todo o país, segundo o correspondente da DW África na capital nigeriana, Ben Shemang. De manhã cedo, já havia congestionamentos na cidade. À hora em que Jonathan discursou, ao início da tarde, o ambiente era de festa na Eagle Square, a praça escolhida pelo Presidente nigeriano para anunciar que se ia recandidatar.

"Depois de orar e refletir em silêncio com a minha família e depois de ouvir os pedidos de pessoas de todo o país para entrar na corrida presidencial, eu, Goodluck Ebele Azikiwe Jonathan, aceito recandidatar-me", disse o chefe de Estado nigeriano perante milhares de pessoas.

Críticas à luta contra Boko Haram

Antes de discursar, Jonathan pediu um minuto de silêncio em memória dos, pelo menos, 47 estudantes que morreram num atentado suicida no nordeste da Nigéria esta segunda-feira (10.11). Suspeita-se que o grupo radical Boko Haram tenha estado por detrás do ataque. O Presidente nigeriano disse estar confiante que a Nigéria ganhará a batalha contra o terrorismo.

Nigeria Boko Haram Bring back our Girls
A nível internacional, têm sido muitos os pedidos para libertar as meninas de Chibok, raptadas em abril pelo Boko HaramFoto: picture alliance/AP Photo/Gbemiga

Mas os opositores dizem que a Goodluck Jonathan falta um pulso firme na luta contra o Boko Haram.

Apesar do Governo nigeriano ter anunciado um cessar-fogo com o Boko Haram, os ataques continuam. Estima-se que, desde que Jonathan está no poder (maio de 2010), os ataques do Boko Haram e contra-ataques do exército nigeriano já fizeram 10 mil mortos. Centenas de milhares de pessoas ficaram desalojadas. Os extremistas islâmicos controlarão, neste momento, mais de vinte localidades no nordeste da Nigéria.

Mas uma das maiores críticas ao Presidente nigeriano é o facto de, até hoje, não se saber o paradeiro das mais de 200 raparigas raptadas pelo Boko Haram em abril na localidade de Chibok, também no nordeste do país.

Momento errado, hora errada

Nas ruas, os cidadãos pedem mais segurança: "Jonathan falhou-nos ao nível da segurança. Por isso, devia dar o lugar a outra pessoa", diz uma cidadã. Em Abuja, outro nigeriano refere que Goodluck Jonathan "tem o direito de se recandidatar. Mas a segurança é um dos problemas que enfrentamos. Se ele for reeleito, terá de lidar com esse assunto."

[No title]

Por outro lado, há também quem tenha achado de mau tom o facto de Jonathan anunciar esta terça-feira a candidatura à Presidência – um dia depois de mais um atentado no nordeste do país.

"O país está de luto devido ao que aconteceu nos últimos dez dias e particularmente esta segunda-feira", afirma outro cidadão nigeriano. "Esta não é uma altura para [Jonathan] estar a celebrar a sua própria ambição."

Saltar a secção Mais sobre este tema