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Governo promete inquérito sobre incidentes em Cafunfo

Lusa | gcs
3 de fevereiro de 2021

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos angolano, Francisco Queiroz, admite que houve violações dos direitos humanos de parte a parte nos incidentes de Cafunfo, província da Lunda Norte.

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Foto: Borralho Ndomba/DW

O governante falava no final de um encontro mantido com a sociedade civil angolana, no qual participaram também o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, e o comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, sobre os incidentes de sábado (30.01) no setor de Cafunfo, município do Cuango, na Lunda Norte, numa manifestação em que os populares são acusados pela polícia de uma rebelião armada.

De acordo com Francisco Queiroz, a análise em termos de direitos humanos tem que ser feita na perspetiva do agressor e do agredido, e o primeiro "teve claramente atropelo aos direitos humanos".

"Ninguém pode pegar em armas, atentar contra a vida das pessoas, temos que recordar que um oficial superior das forças armadas foi agredido, teve quase a morte, foi incendiado com uma bomba de fabrico artesanal e um comissário da polícia também, claramente houve atentado aos direitos humanos aí, para além de outras implicações", disse.

Do lado da polícia, prosseguiu o ministro, o comandante-geral da Polícia Nacional lamentou as mortes, reconhecendo que "houve de facto essa forma de lidar com aqueles que já não tinham vida, aqueles que estavam mobilizados, infelizmente uma prática que tem que ser revista".

"O senhor comandante disse que vai haver um inquérito para responsabilizar aqueles que atuaram dessa maneira", frisou.

O titular da pasta da Justiça e dos Direitos Humanos salientou que a Procuradoria-Geral da República vai desenvolver a sua ação e "ouvir pessoas, colher testemunhas, provas, organizar o processo e dar o andamento que tem de ser dado". 

Francisco Queiroz avançou que vai haver um inquérito criminal e outro do ponto de vista da atuação da polícia.

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