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Governo angolano quer mais meios para fiscalizar águas nacionais

João Carlos (Lisboa)2 de dezembro de 2014

O ministro angolano da Defesa não confirma nem desmente se Angola vai adquirir barcos-patrulha e armamento para controlar as suas águas. Em Lisboa, João Lourenço disse apenas que o país precisa de mais meios navais.

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Ministro angolano João Lourenço de visita à China (maio de 2011)Foto: imago

O ministro angolano da Defesa, João Lourenço, garantiu que o plano de modernização das Forças Armadas Angolanas e o interesse do Governo de Luanda numa possível aquisição de meios navais a países como a Alemanha em nada têm a ver com qualquer conflito com países vizinhos.

"Nós temos necessidade de adquirir meios navais, mas não é porque exista algum eventual conflito", sublinhou o governante.

João Lourenço não entrou em detalhes. Porém, as declarações do ministro parecem contrariar informações de que comissões técnicas de Angola e da vizinha República Democrática do Congo estão, neste momento, a trabalhar para se poder ultrapassar um diferendo quanto à definição das fronteiras marítimas dos dois países.

Segundo o titular da pasta da Defesa angolana, adquirir equipamentos militares trata-se, antes, de uma forma de estar preparado "para qualquer eventualidade": "Se Portugal adquiriu um submarino e aviões F-16 não é porque teme que Espanha invada o país. Repito, Angola necessita de comprar meios marítimos, navios-patrulha e outros, mas não porque tenha algum problema com países vizinhos."

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O ministro angolano fez as declarações esta segunda-feira (01.12.2014) numa conferência de imprensa em Lisboa, depois de um encontro com o seu homólogo português, José Pedro Aguiar-Branco. Os dois ministros assinaram um novo Programa-Quadro para 2015-2017 na área da defesa, considerada um pilar estruturante da cooperação entre Portugal e Angola.

Segundo João Lourenço, Angola precisa de capacitar as suas forças militares a nível básico, médio e superior. Aliás, ao visitar a Alemanha, antes de passar por Lisboa, o governante assinou mesmo um acordo bilateral que prevê a formação de quadros do Exército angolano.

Combate à pirataria e narcotráfico

Além da cooperação bilateral, João Lourenço e Aguiar-Branco analisaram a situação no Golfo da Guiné, onde consideram ser necessário reforçar a vigilância e a fiscalização marítimas.

"Há um crescendo de ameaças associadas ao narcotráfico, pirataria e à situação de segurança no que diz respeito ao transporte marítimo", afirmou o ministro da Defesa português. "Fizemos uma reflexão conjunta sobre ações que Portugal e Angola podem vir a desenvolver no futuro, nomeadamente em exercícios em que poderão participar militares angolanos, no desenvolvimento dos exercícios que Portugal também fará nessa região."

O ministro da Defesa de Angola, João Lourenço, acrescentou que Angola tem "interesse nos conhecimentos que Portugal adquiriu ao longo dos séculos em termos de marinha de guerra, no geral, e mais concretamente em termos de controlo das fronteiras marítimas."

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