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Guiné-Bissau: Carlos Gomes Júnior pode voltar ao Governo?

Lusa
25 de janeiro de 2018

O antigo primeiro-ministro guineense Carlos Gomes Júnior admite estar a analisar a possibilidade de voltar a liderar um Governo se for desafiado a fazê-lo. Mas primeiro "teria de consultar a direção do PAIGC", sublinha.

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Foto: picture-alliance/dpa

"Não é essa a minha intenção. Primeiramente teria que consultar a direção do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), depois é que tomarei uma decisão", afirmou o antigo primeiro-ministro, que se reuniu esta quarta-feria (24.01) com o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira.

Regressado ao país há uma semana (18.01), depois de passar os últimos cinco anos entre Portugal e Cabo Verde, depois de ter sido derrubado por um golpe militar, Carlos Gomes Júnior respondeu assim quando questionado sobre se admite a possibilidade de liderar um futuro governo, na sequência da demissão de Umaro Sissoco Embaló.

Carlos Gomes Júnior disse não ter essa pretensão e sublinhou ser antes de tudo um empresário, mas disposto a ajudar o país. "Se o país precisar de mim um dia, analisarei com os meus parceiros e com a minha família", declarou.

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O encontro entre os dois dirigentes do PAIGC durou pouco mais que 20 minutos, e à saída Gomes Júnior disse aos jornalistas, tratar-se de "uma visita ao presidente do partido" que liderou durante 12 anos. 

Afirmou que Domingos Simões Pereira lhe desejou "um bom regresso" mas que a possibilidade da sua participação no congresso do partido, a realizar entre 30 deste mês a 04 de fevereiro, não foi tema da conversa.

"Não foi abordado nada disso, deixemos as coisas andar", observou Carlos Gomes Júnior. Disse que teve sempre um bom relacionamento com os dirigentes do partido que liderou entre 2002 a 2014 mas não sabe responder se existe um mau relacionamento com o atual líder, Domingos Simões Pereira.

Presença no congresso do PAIGC

O antigo primeiro-ministro entregou hoje à direção do PAIGC uma carta a solicitar a sua presença no congresso daquela força política que deverá começar no próximo dia 30, disse à Lusa fonte partidária. 

Carlos Gomes Júnior foi presidente do PAIGC entre 2002 a 2014, ano em que foi substituído, num congresso, por Domingos Simões Pereira.  Em 2012, "Cadogo" foi deposto por um golpe militar. Desde que regressou ao país, a sua presença no congresso tem sido assunto de conversa entre os militantes do PAIGC.

O porta-voz do PAIGC, João Bernardo Vieira esclareceu que Gomes Júnior, está impossibilidade de tomar no congresso enquanto delegado, por não ser atualmente dirigente de qualquer órgão e ainda por não ter sido eleito nas estruturas de base, conforme os estatutos, disse.

O comité central é o órgão máximo de decisão entre os congressos do PAIGC e é onde se vai determinar se Carlos Gomes Júnior poderá ou não participar no congresso, que decorre entre 30 de janeiro a 4 de fevereiro, em Bissau.