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Central sindical guineense acusa Governo de "esbanjamento"

Lusa
25 de julho de 2018

União Nacional dos Trabalhadores critica Governo de Bissau por gastar dinheiro do Estado na compra "de carros novos" em vez de aumentar o salário aos funcionários. Função Pública cumpre segundo de oito dias de greve.

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Executivo da Guiné-Bissau foi empossado no passado dia 26 de abril.Foto: DW/B. Darame

De acordo com Júlio Mendonça, o líder daquela que é a maior central sindical na Guiné-Bissau, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), o Governo prepara-se para mandar comprar viaturas para ministros e secretários de Estado, num valor de 270 milhões de francos CFA (cerca de 411 mil euros).

A união sindical afirma ainda que foram gastos, em três meses de governação, cerca de 300 milhões de francos CFA (cerca de 458 mil euros) "só em viagens".

Júlio Mendonça indicou que a previsão do Governo, elaborado no Comité de Tesouraria Nacional (onde são planeadas as despesas do Estado por cada mês) era que as viagens iam custar "apenas 90 milhões" por cada mês (cerca de 137 mil euros).

Mendonça disse ter tido acesso aos dados que indicam "esbanjamento de fundos públicos" a partir da representante da UNTG no Comité de Tesouraria Nacional.

Eleições são a prioridade?

"O Governo anda a dizer-nos que a prioridade é realizar eleições, mas quer comprar carros para ministros", observou o sindicalista, que questiona ainda o Executivo sobre se esse dinheiro não podia servir melhor na compra de equipamentos para os hospitais.

Guinea Bissau Aristides Gomes
Aristides Gomes, primeiro-ministro guineenseFoto: DW/B. Darame

O secretário-geral da UNTG acusa o primeiro-ministro, Aristides Gomes de "incoerência", quando aquele considera impossível proceder aos ajustes dos salários dos funcionários públicos.

Júlio Mendonça afirma que as greves na Função Pública não vão parar enquanto o Governo não proceder aos ajustes salariais, subindo o ordenado mínimo nacional de 28 mil francos CFA (42 euros) para 50 mil (76 euros).

Para o sindicalista, a Guiné-Bissau só terá estabilidade política também quando o poder político proceder a "uma boa distribuição da riqueza nacional". "Não são as eleições que vão resolver esta instabilidade cíclica", defendeu Júlio Mendonça.

A Função Pública guineense observa esta quarta-feira o segundo de oito dias de greve geral, decretada pela UNTG, a sétima nos últimos dois meses, para, entre outros, exigir ajustes salariais dos funcionários.

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