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Guterres declara apreço a Bissau com encerramento de missão

Lusa
1 de janeiro de 2021

Secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou apreço ao Governo e povo da Guiné-Bissau pela parceria mantida ao longo de 21 anos com a missão política Uniogbis, que encerrou-se ontem (31.12).

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Deutschland UN-Generalsekretär Guterres im Bundestag
Foto: Michael Sohn/AP Photo/picture alliance

"O secretário-geral [da Organização das Nações Unidas - ONU] regista o encerramento do Gabinete Integrado de Consolidação da Paz das Nações Unidas na Guiné-Bissau (Uniogbis), que completou o seu mandato, de acordo com a resolução 2.512 do Conselho de Segurança, de 28 de fevereiro de 2020", lê-se num comunicado divulgado nesta quinta-feira (31.12) pelo porta-voz adjunto, Farhan Haq.

Guterres estende o seu "apreço ao Governo e ao povo da Guiné-Bissau pela forte parceria com a Uniogbis e o sistema mais amplo das Nações Unidas", continua a declaração, que acrescenta uma "profunda gratidão à liderança e ao pessoal da Uniogbis, do passado e do presente".

Segundo António Guterres, todo o conjunto da ONU na Guiné-Bissau mostrou "esforços incansáveis e dedicação na implementação do mandato da missão, apesar do ambiente político desafiador".

Guinea Bissau | UN Guinea Bissau Vertreterin - Rosine Sori-Coulibaly
Representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Rosine Sori-Coulibaly.Foto: UNIOGBIS

Elogios

O mesmo comunicado alarga os "elogios a todos os parceiros regionais e internacionais pelo compromisso inabalável e contribuição para a paz e estabilidade na Guiné-Bissau, bem como pela sólida parceria com a Uniogbis".

Segundo o texto enviado por Farhan Haq, "o secretário-geral reafirma o compromisso contínuo das Nações Unidas em acompanhar o povo e o Governo da Guiné-Bissau nos seus esforços para implementar plenamente as reformas urgentes delineadas no Roteiro da CEDEAO e no Acordo de Conacri, bem como para alcançar a paz e o desenvolvimento sustentáveis no país".

A presença de mais de 20 anos da Uniogbis na Guiné-Bissau incluiu a realização de eleições e o estabelecimento da paz, enquanto os recursos das Nações Unidas eram mobilizados e integrados no país.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu em 2019 iniciar o encerramento da missão, em 31 de dezembro, para dar maior ênfase ao desenvolvimento económico e social, que será assegurado pelas agências da organização, que vão permanecer no terreno.

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Escritório das Nações Unidas para a Consolidação da Paz em Bissau.Foto: DW/B. Darame

Criação

Criada na sequência do conflito político-militar, que durou entre 1998-1999 e provocou milhares de mortos, a missão política das Nações Unidas começou por ser denominada de Gabinete de Apoio à Construção da Paz da ONU na Guiné-Bissau (Unogbis) e instalou-se no país em junho de 1999.

Depois de 21 anos, a cerimónia de encerramento da missão realizou-se a 11 de dezembro.

Na cerimónia realizada em Bissau, a secretária-geral adjunta da ONU para as Operações de Paz, Bintou Keita, disse que "a Guiné-Bissau fez progressos notáveis na reforma e fortalecimento das suas instituições estatais e na manutenção de uma estabilidade relativa".

"No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer", sublinhou a responsável, referindo-se à agenda de reformas para o país estipuladas no roteiro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e no Acordo de Conacri.

Das reformas, Bintou Keita destacou o processo de revisão constitucional, que considerou como "crucial".

O processo de desenvolvimento do país vai continuar a ser acompanhado através do representante especial das Nações Unidas para a África Ocidental e pelo coordenador residente das agências da ONU no país.

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