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Há mais denúncias de corrupção na saúde em Moçambique

Sitoi Lutxeque (Nampula)
23 de janeiro de 2017

Sete funcionários do Hospital Geral de Marrere, na província de Nampula, estão detidos, desde dezembro, acusados de desvio de dinheiro. Além destes, há mais cinco novos casos de corrupção no sector da saúde.

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Mosambik Gesundheitsbehörde der Provinz Nampula
Foto: DW/S. Lutxeque

Na província de Nampula, norte de Moçambique, vêm à tona cada vez mais casos de corrupção. As denúncias têm aumentado nos últimos meses, em particular no sector da saúde.

"Solicitei um atestado médico para tratar da minha carta de condução, cobraram-me a taxa fixa, mas a pessoa que me atendeu disse que vai demorar e, para poder sair rápido, me pediu algum valor. Como eu necessitava, fui obrigado a tirar esse valor", denunciou à DW África um cidadão que preferiu manter o anonimato.

Também foi por causa de uma denúncia anónima que, no final de dezembro de 2016, funcionários do Hospital Geral de Marrere foram detidos, por suspeita de desvio de mais de 900 mil meticais (mais de 12 mil euros). 

Segundo a acusação, o valor era tirado fraudulentamente dos cofres da instituição, num esquema que incluía pagamentos ilegais de salários e simulações de pagamentos para os acusados.

Mosambik Explosion eines Tanklastwagens
O esquema de corrupção no hospital da província de Nampula envolvia funcionários da administração, enfermeiros e serventesFoto: DW/A. Zacarias

Segundo o porta-voz do Gabinete Provincial de Combate à Corrupção de Nampula, Francisco Bauque, "o caso [desvios para pagamentos fraudulentos] vem ocorrendo deste 2015 naquela instituição" de saúde.

"Nós recebemos de uma fonte anónima o expediente com quase todos os elementos, inclusive os relatórios de auditoria. E foi com base nisso que fomos aprofundando as investigações e constatámos que alguns dos factos consubstanciavam o crime de peculato, que é punível nos termos do código penal", explica Francisco Bauque.

Ao todo, nove pessoas estariam envolvidas neste esquema, incluindo funcionários da administração, enfermeiros e serventes. O Gabinete Provincial de Combate à Corrupção ainda não localizou dois dos acusados, que fugiram.

O inspetor-chefe na direção provincial da saúde, Calisto Sampo, diz que os funcionários correm o risco de expulsão. "Naturalmente, todos aqueles que estão envolvidos no desvio ou tentativa de desvio de fundos do Estado não terão alternativa senão a expulsão", garantiu Calisto Sampo.

Mais de 200 suspeitas de corrupção no norte do país

23.01.2017 Corrupção no sector da saúde - MP3-Mono

No ano passado, o Gabinete Provincial de Combate à Corrupção, que assiste as províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa, no norte de Moçambique, registou mais de 200 suspeitas de corrupção, sobretudo nos setores das alfândegas, educação e saúde. 

De acordo com o porta-voz do Gabinete Provincial de Combate à Corrupção, Francisco Bauque, este ano já há novos casos.

"Para além daquele que já foi reportado ligado aos funcionários do Hospital Geral do Marrere, tivemos mais cinco casos de corrupção a nível só do sector de saúde", disse Francisco Bauque.

No ano passado, foram registados cerca de 10 casos de corrupção só na cidade de Nampula, segundo a Inspeção de Saúde.

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