Imprensa alemã destaca ataques terroristas em África
20 de junho de 2014
O correspondente do Jornal Die Welt na Cidade do Cabo tentou explicar por que os radicais islâmicos mataram pessoas que assistiam o jogo da Copa do Mundo, na última terça-feira (17/6), na província nigeriana de Yobe.
Conforme Christian Von Putsch, tanto na Nigéria quanto no Quênia, grupos terroristas já mataram dezenas de pessoas nestas circunstâncias porque o futebol é odiado pelos radicais, assim como tudo o que é originário do Ocidente.
As autoridades acusam o Boko Haram de estar por trás da explosão na Nigéria. No domingo anterior, 48 pessoas foram assassinadas na cidade costeira de Mpeketoni por homens encapuzados. Muitas das vítimas também viam um jogo da Copa do Mundo em dois hotéis da localidade.
A polícia suspeita que o grupo armado Al-Shabab está por trás do ataque. No entanto, o presidente Uhuru Kenyatta surpreendeu a população ao afirmar que “redes políticas locais” estariam por trás do ataque.
“E indiscutível, no entanto, que o futebol não é desejado pelas duas organizações islâmicas radicais. Em algumas áreas da Somália, Al-Shabab proibiu os jogos de futebol. As exceções aplicam-se apenas aos homens, mas há necessidade de usar calças e camisas de mangas compridas. Os jogos precisam também ser finalizados 15 minutos antes das orações”, publica o Die Welt.
Estudiosos divergem dos radicais
De Abuja, Katrin Gänsler do Die Tageszeitung escreveu a matéria “Atentado a uma paixão nacional”, que aborda o mesmo tema. A reportagem lembra que era muito difícil saber quantas pessoas exatamente morreram na explosão em Yobe, no norte da Nigéria e acrescenta que foram encontrados pelo menos 21 corpos. Mais de 20 ficaram feridas.
“O futebol é visto pelos extremistas como um pecado. Seria difícil encontrar um estudioso do Islão que se refira ao futebol como pecaminoso”, disse o imam Sani Isah, de Kaduna, tentando explicar à reportagem por que estádios e transmissões ao vivo são novos alvos de ataque do Boko Haram.
O próprio Sani Isah aparece, por vezes, em partidas de futebol.Vários estados têm proibido que telas gigantes sejam instaladas nas ruas e que as pessoas se concentrem para ver as partidas da Copa do Mundo.
Para algumas autoridades, é mais seguro evitar concentrações públicas, do contrário as pessoas se tornam alvo fácil de ataques.
Turismo no Uganda
O Frankfurter Allgemeine Zeitung publicou uma matéria ligada às atrações turísticas no Uganda. O texto assinado por Freddy Langer descreve as belezas do país e a simpatia das pessoas.
Lembra do drama da guerra civil e das crianças-soldado em um país que ainda vive o seu passado sombrio.
A repórter diz que se trata de um país com fauna encantadora e destaca os gorilas das montanhas da floresta de Bwindi, no Sudoeste do país, que são a razão pela qual ela viajou para o país.
Confronto entre irmãos
Outro destaque da imprensa alemã foi o encontro entre os dois irmãos Boateng no jogo entre Alemanha e Gana pela Copa do Mundo. Der Tagesspiegel e Süddeutsche Zeitung lembraram, que a Alemanha conta com o defesa Jerome Boateng, que atua no Bayern de Munique, e Gana com Kevin Prince Boateng.
Os dois são irmãos, filhos do mesmo pai ganês, mas de diferentes mães. Sendo quase da mesma idade os dois moraram em casas separadas na cidade de Berlim. Só aos 8 anos de idade, Jerome conheceu o irmão.
Ele cresceu na companhia do pai num bairro de gente mais abastada, o bairro de Wilmersdorf em Berlim.
Kevin Prince cresceu sem o pai, mas junto com outros quatro irmãos, num bairro mais pobre: o Wedding. Ambos se encontram neste sábado na partida válida pelo Grupo D, no estádio Castelão em Fortaleza, no nordeste do Brasil.