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Imprensa alemã destaca "despertar" do Ocidente para o ébola

Guilherme Correia da Silva19 de setembro de 2014

Os EUA anunciaram o envio de 3.000 militares para a África Ocidental e Alemanha promete agora agir rapidamente. A imprensa conta também uma história que lança pistas sobre os bastidores do radicalismo na Somália.

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Presseschau
Foto: Fotolia

Passou tempo demais até se reconhecer o surto de ébola na África Ocidental como uma catástrofe, escreve o diário alemão Die Tageszeitung. Os primeiros pacientes com ébola morreram em fevereiro. Entretanto, a Organização Mundial de Saúde já conta mais de 2.600 mortes. A epidemia não pára de se alastrar.

O jornal cita as críticas de uma das organizações humanitárias que tem liderado o combate ao ébola, os Médicos Sem Fronteiras. "O Governo alemão quase não tem reagido à epidemia", critica a organização. A Alemanha anunciou que vai doar 12 milhões de euros para o combate ao ébola na África Ocidental. E agora, em resposta a uma carta da Presidente liberiana, Ellen Johnson Sirleaf, o Governo alemão prometeu reforçar o apoio, a nível logístico. A Alemanha agirá rapidamente, garantiu Angela Merkel. Mas a chanceler alemã não avançou detalhes, nota o periódico.

Na resposta ao surto do ébola, as potências ocidentais parecem ir agora do oito ao oitenta. Neste aparente "despertar" para a epidemia, os Estados Unidos da América não fizeram por menos. Esta semana, anunciaram o envio de 3.000 militares para apoiar a nível logístico e médico os países afetados, particularmente a Libéria. Desta forma, ao lado das Nações Unidas, os norte-americanos "assumem a liderança na luta contra a epidemia", escreve o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.

Mas "será que o ébola é um problema de segurança tão urgente quanto o avanço do [grupo radical] Estado Islâmico no Iraque ou a invasão russa na Ucrânia?", pergunta por sua vez o diário alemão Die Zeit. "Em todo o caso, o Presidente norte-americano, Barack Obama, declarou a luta contra a doença como uma questão de segurança internacional".

Ebola Tote in Liberia
Ébola já fez mais de 2.600 mortos na África OcidentalFoto: Dw/J. Kanubah

Ainda segundo o jornal, "em Washington espera-se que outros países sigam o exemplo" norte-americano. Cuba vai enviar 165 especialistas de saúde para a Serra Leoa, a China 59. Londres diz que vai construir um hospital com 62 camas na capital Freetown e a França quer enviar 20 especialistas em desastres biológicos para a Guiné-Conacri. O diário alemão apelida o esforço conjunto de "coligação contra o ébola".

Alemães juntam-se a rebeldes na Somália

Esta semana, a revista Spiegel conta a história de um grupo de cinco homens da cidade de Bona, no oeste da Alemanha, que foram para a Somália, alegadamente para lutar lado a lado com a milícia radical Al-Shabab.

A publicação alemã diz que as declarações destes homens levantam um pouco do véu sobre a vida dos rebeldes shebab. Os alemães contaram que, logo de início, a milícia não os recebeu bem, pois temia que eles fossem espiões. A seguir, os cinco terão feito um teste de HIV. Durante um mês terão estudado a lei islâmica, a Sharia, a que se terá seguido um mês de atividade física. Depois, os recrutas alemães terão praticado com Kalashnikovs e bazucas, escreve ainda a revista. Neste momento, os cinco homens estão presos, três na Alemanha e dois no Quénia.

Fome: progressos e estagnação

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O diário suíço Neue Zürcher Zeitung noticiou esta semana que o número de pessoas que passam fome no mundo está a diminuir, mas a África subsaariana não tem visto progressos. Aqui, um quarto da população passa fome, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Inverter esta tendência será o maior desafio para o futuro, disse o organismo, citado pelo jornal suíço. A crescente vontade política manifestada pelo Ocidente de ajudar África terá de ser traduzida em ações práticas.

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