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Imprensa alemã destaca julgamento do vice-presidente do Quênia no TPI

Marcio Pessôa13 de setembro de 2013

A morte do integrante norte-americano das milícias Al-Shabaab, Omar Shafik Hammami, e os novos confrontos registrados entre tropas do Mali e rebeldes também mereceram destaque.

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Temas africanos em destaque na imprensa alemãFoto: Fotolia

O jornal Die Tageszeitung publicou a matéria intitulada "O vice-presidente do Quênia frente ao tribunal internacional". William Ruto é acusado de incitar a onda de violência eleitoral de 2007 no país, que resultou na morte de 1.200 pessoas e em mais de 600 mil refugiados.

A matéria salienta que é a primeira vez que o Tribunal Penal Internacional (TPI) não tem um comandante de milícia ou de grupo armado no banco dos réus, mas um político no exercício do mandato.

Também lembra que o Quênia está prestes a sair do âmbito do Estatuto de Roma, que dá origem ao tribunal, e salienta que o país tem o apoio do Uganda e do Sudão.

O indiciamento diz que Ruto e o comunicador Joshua Ara Sang são acusados "de planejar meticulosamente, coordenar e executar uma campanha de violência após as eleições de 2007."

William Ruto
William Ruto no Tribunal Penal InternacionalFoto: Michael Kooren/AFP/Getty Images

O mesmo tema foi abordado pelo Frankfurter Allgemeine Zeitung. A matéria com o título "Popular e acusado", na tradução livre, assinada por Thomas Scheen, destaca que o vice-presidente queniano faz um papel de vítima do TPI.

O autor da reportagem lembra que pelo menos 35 pessoas foram queimadas vivas no vilarejo de Kiambaa, próximo à cidade de Eldoret, em um dos momentos mais dramáticos da onda de violência.

Força política

Outro periódico que tratou do assunto foi o Berliner Zeitung. A matéria de Johannes Dietrich sobre o julgamento de Ruto tem o título "Um teste de força política e jurídica".

Dietrich lembra no seu texto que vários líderes e autoridades quenianas foram identificados como desempenhando um papel-chave para o conflito étnico. Como o judiciário não processou os responsáveis, conforme o texto, "a Corte Internacional de Haia assumiu o caso."

O Frankfurter Allgemeine Zeitung também abordou a morte do islamista norte-americano Omar Shafik Hammami no que aparenta ser um conflito interno da milícia Al-Shabaab.

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Disputas nas milícias Al-Shabaab teriam causado a morte de radical norte-americanoFoto: Mohamed Abdiwahab/AFP/Getty Images

O jornal descreve Hammami como um dos mais famosos guerreiros radicais estrangeiros em atividade na milícia, atuando desde 2006 no grupo armado. As fontes da informação sobre sua morte são habitantes da cidade de Bardhere, onde Hammami teria sido morto ainda na quarta-feira (11.09).

O Governo dos Estados Unidos havia anunciado uma recompensa de 5 milhões de dólares pela captura de Hammami em Março. Ele ficou conhecido primeiramente por um vídeo que publicou no Youtube, onde canta um rap sobre a Jihad. Ele e outros estrangeiros que também foram mortos haviam renunciado às atividades na guerrilha há dois meses.

Fim da trégua?

O jornal Die Tageszeitungen também abordou o conflito entre forças do governo e os rebeldes Tuaregues, que levou de volta o medo de rompimento da trégua na região.

Foi o primeiro choque envolvendo tropas governamentais depois de meses de negociações de paz, principalmente motivadas pela realização das eleições. O confronto aconteceu poucos dias após a posse do novo presidente Ibrahim Boubacar Keita.

O jornal destaca a controvérsia sobre os motivos do confronto que parecem ainda não estar muito claro. De acordo com informações das forças do Governo, os Tuaregues responderam com violência a uma patrulha de rotina junto à fronteira com a Mauritânia. Já os rebeldes dizem que o ataque das tropas do Governo foram uma clara violação do acordo de paz de Ouagadougou.

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