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Banco brasileiro vê riscos em Angola e Moçambique

Lusa | tms
24 de junho de 2017

Banco público de desenvolvimento do Brasil avalia riscos nos investimentos que fez nos países africanos, segundo reportagem de jornal brasileiro.

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Foto: CHRISTOPHE SIMON/AFP/GettyImages

Uma dívida em Moçambique e uma negociação difícil em Angola puseram em risco o negócio do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), instituição pública do Brasil que financiou projetos em África nos últimos anos.

A informação foi publicada hoje numa reportagem do jornal brasileiro Folha de S. Paulo. Segundo a publicação, o Governo de Moçambique não pagou cerca de 15 milhões de dólares de um empréstimo para a construção do aeroporto de Nacala, valor que representa a soma de duas parcelas do financiamento que o BNDES concedeu à brasileira Odebrecht para executar a obra em Moçambique.

Moçambique também atrasou o pagamento da barragem de Moamba-Major, obra conduzida pela construtora brasileira Andrade Gutierrez e que recebeu financiamento de 320 milhões de dólares do BNDES. Esta situação, porém, já foi regularizada, segundo a reportagem. 

A situação chama a atenção já que o Brasil é um dos principais investidores estrangeiros de Moçambique e grandes empresas do país sul-americano como a mineradora Vale podem precisar de financiamento para empreendimentos no país africano.

Odebrecht in Benguela Angola
Sede da construtora Odebrecht em Benguela, AngolaFoto: DW/Nelson Sul D'Angola

Negociação em Angola

Em Angola, país que recebe mais recursos do banco brasileiro no exterior, o BNDES está a negociar para evitar a perda de garantias associadas à obra da hidroelétrica de Lauca, outro projeto da Odebrecht. 

O Governo angolano quer diminuir estas garantias com a alegação de que o banco público brasileiro cancelou a segunda fase do projeto, orçada em 1,3 mil milhões de dólares. A primeira fase da hidrelétrica de Lauca já custou 500 milhões de dólares.

A negociação é considerada importante já que no ano passado Angola parou de depositar as garantias, em incumprimento com o contrato com o BNDES. 

A suspensão do pagamento foi uma retaliação ao banco brasileiro, que interrompeu as transferências para obras das empreiteiras investigadas pela operação Lava Jato, que descobriu desvios de dinheiro público em órgãos estatais do Brasil e também em contratos de financiamento para empresas privadas que atuam no exterior como a Odebrecht. 

A reportagem da Folha de S. Paulo informou que Angola ficou perto de se tornar inadimplente (em incumprimento) com o Brasil há um mês. Segundo a publicação, isso só não ocorreu porque o país africano depositou 150 milhões de dólares e garantiu os pagamentos até setembro.

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