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Intempéries em Moçambique deixam um rasto de destruição

26 de janeiro de 2012

Vinte e cinco pessoas morreram e milhares estão desalojadas devido às tempestades que se abateram sobre o centro e o sul de Moçambique. Receia-se agora a eclosão de doenças como a cólera.

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Cheias em Moçambique deixam milhares sem abrigo
Cheias em Moçambique deixam milhares sem abrigoFoto: AP

As duas tempestades tropicais ,“Dando” e “Funso”, que assolaram Moçambique nos últimos dias, causaram 25 vítimas mortais, danificaram inúmeras infra-estruturas, inundaram campos agrícolas e habitações, deixando milhares de desalojados, nomeadamente mais de dez mil famílias desalojadas.

Na Zambézia e em Inhambane as aulas foram interrompidas nalgumas escolas, ou porque estas serviram para abrigar aqueles que foram afetados pelo mau tempo, ou porque foram destruídas. “A água inundou as nossas casas. No interior todas as coisas estão a flutuar. Não conseguimos transportá-las para a escola”, relata uma vítima.

A Cruz Vermelha de Moçambique tem estado a distribuir kits de ajuda às vítimas. “O que nós fazemos é providenciar aquilo que chamamos abrigos. Se possível lonas para cobrir as casas e um kit de abrigo”, explica Ivete dos Santos, diretora de programas naquela instituição humanitária.

Nos centros de abrigo providenciados teme-se agora a eclosão de diarreias. “O que nos preocupa neste momento é na verdade a fase que estamos, pois normalmente ao longo do mês de janeiro há sempre registo de um pico de casos de diarreias. O mês de janeiro deste ano é especial porque coincide com a ocorrência deste ciclone”, frisa Alberto Baptista diretor provincial de Saúde da Zambézia, a região severamente afetada pelo ciclone Funso e onde há já indícios de eclosão de diarreias. “ A nossa maior preocupação é em relação ao cloro”, acrescenta.

Funso desvia curso para o Canal de Moçambique

O pior parece já ter passado. De acordo com Sérgio Buque do Instituto Nacional de Meteorologia, o Funso está afastar-se. “Nas últimas 12 horas houve novas evoluções. O ciclone começa a afastar-se da costa de Inhambane. Até seis horas de hoje, 26 de janeiro, encontrava-se a cerca de 400 km da costa da cidade de Inhambane.”

A ligação entre aquela cidade e a de Maxixe, que se faz pelo mar, está interrompida devido aos fortes ventos. “Apesar dos ventos ciclónicos estarem concentrados mais para o oceano até à costa de Inhambane os ventos que se fazem sentir são superiores a 45 km por hora. A navegação marítima com ventos superiores a estes não é aconselhável, porque temos visto vários casos de naufrágios devido a ação dos ventos. A navegação marítima pode ser feita com segurança a partir do dia 28 porque nessa fase o ciclone estará mais afastado da costa de Moçambique".

Autor: Romeu da Silva(Maputo)
Edição: Helena Ferro de Gouveia /António Rocha

O pior já passou com o desvio da rota do ciclone para o Canal de Moçambique
O pior já passou com o desvio da rota do ciclone para o Canal de MoçambiqueFoto: AP