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Etiópia: "Tempo considerável" para investigar queda de avião

AP | AFP | mjp
16 de março de 2019

Ministra dos Transportes etíope diz que é preciso "análise cuidadosa" para identificar as causas do acidente com o Boeing 737 MAX 8 que matou 157 pessoas. Testes de ADN das vítimas podem demorar seis meses.

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Destroços do Boeing 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines.Foto: Reuters/T. Negeri

Identificar as causas do acidente de avião que matou 157 pessoas a 10 de março na Etiópia e levou vários países em todo o mundo a suspender os voos do modelo 737 MAX 8 da Boeing levará um "tempo considerável", segundo a ministra dos Transportes etíope, Dagmawit Moges.

"Uma investigação desta magnitude requer uma análise cuidadosa e tempo considerável para chegarmos a algo concreto", disse Moges em conferência de imprensa, este sábado (16.03).

O avião da companhia etíope Ethiopian Airlines partiu na manhã do passado domingo da capital, Addis Abeba, com destino à capital do Quénia e despenhou-se poucos minutos depois na zona de Hejeri, a cerca de 42 quilómetros a sudeste da capital etíope, matando todos os ocupantes do avião, oriundos de 35  países.

A ministra dos Transportes afirma que o processo de identificação dos restos mortais das vítimas poderá durar 6 meses e pediu às famílias que disponibilizem amostras de ADN junto dos escritórios da Ethiopian Airlines. Os certificados de óbito serão emitidos dentro de duas semanas, acrescentou a ministra.

Entretanto, as autoridades começaram a entregar aos familiares das vítimas sacos com um quilo de terra retirada do local do acidente, dada a morosidade do processo de identificação, segundo famílias e um membro do Governo que pediram o anonimato, uma vez que não estão autorizados a falar à imprensa.

Caixas negras em investigação

Äthiopien Flugzeugabsturz Ethiopian Airlines Flight ET 302 | Black Box
Caixa negra recuperada do avião da Ethiopian Airlines, a 11 de março.Foto: picture-alliance/Photoshot

Em Paris, arrancou este sábado a análise ao gravador de voz do cockpit do avião, segundo a agência de investigação de acidentes aéreos francesa, BEA. Os investigadores adiantaram ainda, na rede social Twitter, que prosseguem os trabalhos em torno do gravador dos dados técnicos de voo. Os gravadores, conhecidos como caixas negras, foram enviados para França devido à vasta experiência da BEA na análise destes aparelhos.

O acidente do voo 302 da Ethiopian Airlines é o segundo envolvendo um 737 MAX 8, depois da queda, em outubro, de um avião da indonésia Lion Air que matou os 189 passageiros e tripulantes a bordo.

As semelhanças dos acidentes fizeram com que os reguladores dos Estados Unidos, da União Europeia e do Brasil, entre muitos outros países, suspendessem os voos destes aviões da Boeing até que as causas de ambos sejam esclarecidas.

O jornal "The New York Times", citando uma pessoa que analisou as comunicações entre o avião e a torre de controlo, revelou esta semana que o piloto comunicou problemas de "controlo de voo" após a descolagem e pediu permissão para regressar ao aeroporto de Addis Abeba.