1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Jornais alemães ignoram tensão em Moçambique

António Cascais1 de novembro de 2013

Os confrontos entre FRELIMO e RENAMO praticamente não são tema na Alemanha. Os jornais alemães preferem realçar o potencial económico de Moçambique e os diferendos diplomáticos entre Portugal e Angola.

https://p.dw.com/p/1A9Z9
Foto: Fotolia

"Desculpem por estarmos a investigar" - é esse o título de um vasto artigo publicado no diário Frankfurter Allgemeine Zeitung. O jornal alemão parafraseia assim o pedido de desculpas a Angola, formulado pelo ministro português dos negócios estrangeiros, pelas investigações da justiça em Portugal a altas individualidades do regime angolano. O jornal alemão lembra que a recuperação da economia portuguesa depende em boa parte do comércio com a ex-colónia que, devido ao petróleo, tem os cofres bem apetrechados para fazer compras em Portugal: o volume do intercâmbio comercial entre os dois países é de cerca de 6mil milhões de euros. Muitos quadros portugueses fogem do desemprego e conseguem colocação em Angola. Em 2003 eram apenas 20mil. Agora já são seis vezes mais.

"Mina de Moatize é uma das mais férteis do mundo"

O mesmo jornal, Frankfurter Allgemeine Zeitung, publica um artigo sobre Moçambique, mas práticamente não se refere ao conflito político-militar, preferindo realçar as potencialidades do país "rico em gás natural e carvão":

A província moçambicana de Tete é o "eldorado" moçambicano e a cidade capital de mesmo nome é a que mais crescimento regista em todo o país. Isso deve-se ao jazigo de cerca de 13 mil milhões de toneladas de carvão naquela região. A mina de Moatize, explorada pela empresa Vale do Brasil, é uma das mais férteis do mundo. O instituto norte-americano Geological Survey Institute prevê que a produção de carvão exceda, a partir de 2015, 40 milhões de toneladas por ano.

Kohlemine Minas Moatize
A mina de carvão de Moatize vai ter capacidade para extração de cerca de 40 milhões de toneladas/anoFoto: DW/J. Beck

Tradição do lobolo continua viva em quase todo o continente africano

Finalmente destaque para uma reportagem publicada no jornal Die Welt e que relata o facto de - em muitos países africanos - as famílias de noivas prestes a casar exigirem o pagamento de chorudos "lobolos", ou seja somas em dinheiro e outros valores, por parte dos pretendentes. Muitos homens africanos ficam desesperados com a situação. As noivas estão cada vez mais caras e assim torna-se difícil para os menos abastados constituir família.

A tradição do "lobolo" ainda está muito enraizada em toda a região da África Austral, do leste e ocidental, refere ainda o Die Welt. Trata-se de uma tradição milenar. Muitas famílias, na África do Sul, no Zimbabué e noutros países da região, consideram que o "lobolo" é uma "prova de respeito pela família da noiva". O preço é negociado caso a caso e as negociações, entre representantes de ambas as famílias podem ser bastante morosas. Em casos normais a família da noiva exige entre 2mil e 5mil euros, dependentemente da idade e da formação da jovem. A virgindade pode também aumentar o preço.

Jornais alemães ignoram tensão político-militar em Moçambique

NO FLASH Südafrika Atmosphäre WM 2010 Fans
O "lobolo" ainda faz parte das tradições em muitas outras regiões do continenteFoto: picture-alliance/dpa
Saltar a secção Mais sobre este tema