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Líbano: Um morto e oito feridos em manifestação em Beirute

Lusa
14 de outubro de 2021

Protesto contra o juiz que decidiu suspender investigação à explosão no porto de Beirute, em agosto de 2020, resultou esta quinta-feira (14.10) em violência armada, causando pelo menos uma vítima mortal e oito feridos.

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Libanon Protest Armee
Foto: Hussein Malla/AP Photo/picture alliance

Uma manifestação contra o juiz que decidiu, na terça-feira (12.10), suspender a investigação à explosão no porto de Beirute, no Líbano, resultou esta quinta-feira em violência armada, causando pelo menos um morto e oito feridos.

A capital do Líbano tornou-se rapidamente num caos de ambulâncias e sirenes, depois de terem sido disparados tiros durante a manifestação, que se realizava junto ao Palácio da Justiça.

O protesto foi convocado pelo movimento xiita libanês Hezbollah, que, na quarta-feira, acusou os Estados Unidos de interferir na investigação sobre a explosão do ano passado no porto de Beirute, com o objetivo de o envolver e aos seus aliados.

Libanon Beirut | Unruhen und Proteste
Vidros partidos nas ruas de Beirute, com os soldados chamados a intervir após a violência armada no protesto.Foto: MOHAMED AZAKIR/REUTERS

A explosão, que aconteceu a 4 de agosto de 2020, foi causada pelo armazenamento sem segurança de uma enorme quantidade de nitrato de amónio e provocou 214 mortos, mais de 6.500 feridos e destruiu vários bairros de Beirute.

Apesar de ainda não haver certezas sobre como começou o tiroteio, um jornalista da agência de notícias Associated Press afirmou ter visto um homem começar a disparar uma pistola no meio do protesto, enquanto uma outra testemunha ocular referiu ter visto pessoas a disparar na direção dos manifestantes a partir da varanda de um prédio. A vítima foi morta com um tiro na cabeça e três dos oito feridos estão em estado crítico, segundo fonte hospitalar. 

Primeiro-ministro apela à calma

Libanon Beirut | Unruhen und Proteste
Apoiantes do Hezbollah em protesto.Foto: JOSEPH EID/AFP

O primeiro-ministro, Najib Mikati, já pediu calma à população e, em comunicado, apelou às pessoas para que não se deixem "arrastar para conflitos civis". O protesto foi convocado para exigir o afastamento do juiz Tarek Bitar, o segundo magistrado a liderar a investigação à explosão no porto de Beirute e que tem enfrentado uma oposição muito forte por parte do Hezbollah e dos seus aliados, que o acusam de sujeitar a interrogatórios a maioria dos políticos aliados do Hezbollah. Nenhum dos dirigentes do Hezbollah foi acusado até agora numa investigação que já dura há 14 meses.

O confronto armado desta quinta-feira pode abalar o Governo do país, que iniciou funções há apenas um mês e que ainda nem começou a enfrentar a crise económica sem precedentes que o Líbano vive.

Uma reunião do Executivo foi cancelada na quarta-feira depois de o Hezbollah ter exigido uma ação governamental urgente contra o juiz e um dos ministros apoiados pelo movimento xiita ter ameaçado fazer, em conjunto com outros membros do Governo, uma greve caso Bitar não fosse afastado. A exigência foi esta quinta-feira recusada por um tribunal, pelo que o juiz poderá retomar a investigação, segundo avançou a agência de notícias francesa AFP citando fonte judicial.

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