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Líbia recupera 62 corpos do Mediterrâneo

Lusa | AFP | nn
27 de julho de 2019

As equipas de resgate líbias anunciaram ter recuperado os corpos de 62 imigrantes vítimas de um naufrágio ocorrido na quinta-feira ao largo de Khoms, cidade localizada a 120 quilómetros a oeste da capital líbia, Tripoli.

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Libyen Tote Flüchtlinge an der Küste nahe Zawiya
Foto: picture-alliance/AP Photo/IFRC/M. Karima

As equipas de resgate líbias anunciaram ter recuperado os corpos de 62 imigrantes vítimas de um naufrágio ocorrido na quinta-feira ao largo de Khoms, cidade localizada a 120 quilómetros a oeste da capital líbia, Tripoli.

"As unidades do Crescente Vermelho líbio [organização federada com a Cruz Vermelha Internacional] conseguiram recuperar 62 corpos de migrantes", afirmou, em declarações à agência noticiosa France Presse (AFP), um responsável daquela organização, identificado como Abdel Moneim Abou Sbeih.

"Mediterranea Saving Humans" rettet Menschen in Seenot
Cerca de 145 pessoas foram resgatadas após o naufrágio de quinta-feira (25.07)Foto: Mediterranea Saving Humans

Cerca de 145 pessoas foram resgatadas após um naufrágio, que envolveu mais do que uma embarcação, ocorrido na quinta-feira (25.07) no Mediterrâneo central, rota que sai da Argélia, Tunísia ou Líbia em direção à Itália e a Malta. Pelo menos 110 pessoas estão dadas como desaparecidas, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Pior tragédia do ano no Mediterrâneo

Na quinta-feira, o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, classificou este naufrágio como "a pior tragédia" registada, até à data, este ano no Mediterrâneo.

Na rede de microblogging Twitter, o secretário-geral das Nações Unidas diz-se "horrorizado com as notícias de que cerca de 150 pessoas morreram num naufrágio ao largo da costa da Líbia". "Precisamos de rotas seguras, legais, para migrantes e refugiados. Cada migrante em busca de uma vida melhor merece segurança e dignidade", frisa António Guterres.

Os serviços migratórios líbios indicaram que pelo menos 350 pessoas, incluindo mulheres e crianças, estavam a bordo das embarcações envolvidas no naufrágio de quinta-feira. Os migrantes são oriundos, entre outros países, da Eritreia, Egito, Sudão e Líbia.

Entre os sobreviventes resgatados, pelo menos uma dúzia foram transportados para um hospital em Khoms, enquanto os restantes foram transferidos para diferentes centros de detenção, incluindo para o centro de Tajoura, localizado nos arredores da capital líbia e perto das linhas da frente dos combates travados entre fações rivais, segundo contaram à agência norte-americana Associated Press (AP) fontes oficiais que falaram sob a condição de anonimato.

Libyen Luftangriff Tajoura Detention Center bei Tripolis
Centro de detenção em Tajoura foi atingido por um ataque aéreo que fez mais de 50 mortos e mais de uma centena de mortosFoto: Reuters/I. Zitouny

Este sábado (27.07), a marinha marroquina anunciou ter resgatado 242 imigrantes que tentavam atravessar o mar Mediterrâneo em direção a Espanha. Os migrantes oriundos da África Subsaariana viajavam em vários botes insufláveis quando tiveram dificuldades no Estreito de Gibraltar, informou a agência de notícias oficial do Marrocos (MAP) na sexta-feira (26.07) à noite. A marinha marroquina forneceu aos migrantes cuidados médicos e transportou-os de volta para Marrocos.

Insegurança constante dos migrantes

No passado dia 03 de julho, o centro de Tajoura foi atingido por um ataque aéreo que fez mais de 50 mortos e mais de uma centena de mortos.

Antes deste naufrágio, a OIM tinha indicado, na semana passada, que pelo menos 426 pessoas tinham morrido desde o início do ano durante a travessia da rota central do Mediterrâneo.

Apesar da insegurança registada na Líbia, o país tornou-se nos últimos anos uma placa giratória para centenas de milhares de migrantes que tentam fugir de conflitos e da instabilidade verificados em outras regiões de África e do Médio Oriente e tentam alcançar a Europa através do Mediterrâneo.

Território imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011 e devido a divisões e lutas de influência entre milícias e tribos, a Líbia tem sido um terreno fértil para as redes de tráfico ilegal de migrantes e de situações de sequestro, tortura e violações.

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