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G20 alcança acordo para revitalizar comércio mundial

kg | EFE | Lusa | Reuters | AFP
1 de dezembro de 2018

Líderes das 20 maiores economias mundiais defendem uma reforma da Organização Mundial do Comércio. Às vésperas da COP24, países se comprometem em combater alterações climáticas, com exceção dos Estados Unidos.

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Foto: picture-alliance/dpa/G20 Argentina

Os líderes do G20 concordaram este sábado (01.12) em promover uma reforma da Organização Mundial de Comércio (OMC) e revitalizar o comércio mundial. Analistas veem a previsão de reforma dos corpos jurídicos e de arbitragem da OMC como "um grande passo".

"Entramos em acordo no comunicado que reflete a necessidade de revitalizar o comércio, de revitalizar a OMC, e que isso gera uma grande quantidade de desafios no setor", disse o Presidente da Argentina, Mauricio Macri.

Antes e durante a reunião, diplomatas previam dificuldades para que os países entrassem em acordo em temas como o sistema de comércio. Devido à resistência do Presidente norte-americano, Donald Trump, o documento não inclui a palavra "protecionismo" em meio ao conflito tarifário entre os Estados Unidos e a China.

Argentinien G20-Gipfel Angela Merkel und Donald Trump
Chanceler federal alemã, Angela Merkel, e Presidente dos EUA, Donald Trump Foto: Getty Images/AFP/S. Loeb

A 'Declaração dos Líderes', o documento final do encontro de dois dias em Buenos Aires, na Argentina, diz que o comércio internacional e os investimentos são importantes motores de crescimento, produtividade, inovação e criação de empregos.

A declaração final assinada pelos líderes do G20 também reconhece a contribuição que o sistema multilateral de comércio, mas ressalta que, atualmente, não consegue cumprir seus objetivos, abrindo espaço para melhorias.

"Nós, portanto, apoiamos a necessária reforma da OMC para aperfeiçoar seu funcionamento. Revisaremos o progresso dessa medida na próxima cúpula", afirma o texto publicado ao fim da reunião.

"Todos concordam que a OMC tem de ser reformada", afirmou a chanceler federal alemã, Angela Merkel. "Esse é um acordo importante. Mandaremos um sinal claro", acrescentou.  

O ministro da Fazenda da Argentina, Nicolás Dujovne, se mostrou otimista com a elaboração de um comunicado final que expresse ideias consensuais dos participantes sobre questões de comércio, um dos temas mais complicados da reunião. "Esperamos que as tensões comerciais que apareceram no último ano possam diminuir. Isso é positivo para todo o mundo", afirmou.

Para o Presidente da Argentina, o mundo avança quando o G20 consegue "melhores níveis de acordo" e entra em consenso para adotar linhas de ação mais eficientes, não só no setor financeiro.

"Também entramos em acordo para seguir buscando formas de ampliar a capacidade de construção de infraestruturas, porque é isso que nos permite gerar igualdade de oportunidade, especialmente nos países subdesenvolvidos. Mas hoje, isso também está sob a luz do desafio que representa nos adaptarmos à mudança climática", destacou.

Compromisso contra as alterações climáticas

O documento, intitulado "Construindo Consenso para um Desenvolvimento Justo e Sustentável" também traz um compromisso dos países do G20 signatários do Acordo de Paris em continuar a combater as alterações climáticas, promovendo o desenvolvimento sustentável e o crescimento económico. O único país que adotou o compromisso foi os EUA, que reiteraram o posicionamento de deixar o Acordo. 

No discurso de abertura do segundo e último dia da Cúpula do G20, Macri defendeu o Acordo de Paris contra a Mudança Climática. "Notificamos a preocupação de todos com a mudança climática. Nesta semana começa uma nova oportunidade na COP24. Temos que melhorar as metas e dar um melhor cumprimento a elas", disse Macri diante dos líderes do G20.

A luta contra as alterações climáticas foi definida por representantes da União Europeia (UE) como o "grande elefante na sala". O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que os líderes adotem novos e ambiciosos compromissos dentro do Acordo de Paris até 2020. 

A Cúpula do Clima da ONU deste ano (COP24) começa na segunda-feira (03.12), em Katowice, na Polônia. No G20, França e China também defenderam que os países estabeleçam novas metas climáticas dentro de um acordo multilateral.