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Luanda regressa à normalidade em clima de tensão política

1 de setembro de 2017

Uma semana depois das eleições gerais, a capital angolana volta lentamente à realidade. Nas ruas de Luanda, a calma mantém-se, sendo ainda visível algum reforço da segurança. Politicamente, ambiente continua tenso.

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Foto: N. S. D´Angola

Nas ruas, nos táxis e nos bares de Luanda, as eleições continuam a ser o principal tema de conversa. Segundo os dados provisórios da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), oMovimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) venceu as eleições gerais com 61,05% dos votos. Números já rejeitados pela oposição, que denunciou irregularidades na contagem dos votos.

Enquanto se aguarda a divulgação dos resultados definitivos das eleições gerais, prevista para a próxima semana (06.09), o quotidiano na capital angolana tende a voltar à normalidade.

A 23 de agosto, dia da votação, o Governo decretou tolerância de ponto e uma pausa pedagógica de uma semana. Entretanto, alunos e professores regressaram às aulas. Os trabalhadores da função pública e do setor privado também vão ocupando os seus postos de trabalho.

O estudante de mecânica Alberto Bernardo, de 20 anos, já voltou a frequentar a escola depois de uma semana de pausa. ''Todos os professores estão aparecer. Só alguns alunos é que têm faltado'', conta.

Luanda regressa à normalidade em clima de tensão política

Luanda calma

Apesar da tensão política que o país vive, a capital angolana vive uma relativa calma, afirma Carlos Mariano, de 45 anos, outro residente em Luanda. ''O ritmo está na mesma. Não há mudanças, apesar das reclamações de alguns partidos políticos, mas vamos indo'', diz.

''Luanda está calma'', concorda Lemos Artur, de 50 anos. ''Esperamos que quem elegemos seja um bom patriota a dirigir-nos e a conduzir-nos nos bons caminhos'', apela o luandense.

O analista político Osvaldo Mboco também afirma que Luanda está a regressar ao seu clima normal. Exemplo disso é o funcionamento das universidades, onde as aulas foram retomadas depois de um intervalo de sete dias, lembra o professor.

Para o novo Governo, o analista prevê alguns desafios como a reforma do Estado, a desburocratização do sistema administrativo e a institucionalização das autarquias locais de forma gradual. ''Outro desafio tem que ver com a transparência em vários domínios da nossa própria realidade'', acrescenta Osvaldo Mboco.

Apesar do regresso à normalidade, politicamente Luanda continua tensa. Um dia depois do escrutínio, registou-se um reforço policial e militar nas ruas. Essa presença é ainda notória nas ruas da capital, embora de forma mais tímida.