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Lusotaque: teatro em português com sotaques do mundo

28 de julho de 2011

"CriaNção" é a nova peça encenada pelos atores do Lusotaque, grupo de teatro de língua portuguesa da Universidade de Colónia.

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Cartaz da peça CriaNção do grupo de teatro LusotaqueFoto: Teatro Lusotaque

Desde 2006, o grupo já apresentou dez produções de autores portugueses, brasileiros e africanos de língua portuguesa. As apresentações acontecem a cada seis meses e, desta vez, a peça foi escrita pelo próprio grupo, uma adaptação de textos de três autores: o angolano Pepetela, o moçambicano Luís Bernardo Honwana e a poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner.

A peça retrata o mundo pela perspectiva do olhar infantil, pela pequena Ngunga, interpretada pela atriz brasileira Cristina Carrilho. "A peça trata da criança nessa fase de transição para adolescência. Queremos mostrar uma criança que vive no mundo da fantasia, que enxerga o mundo todo bonito, mas que, aos poucos, vai vendo o que é a realidade e que às vezes não é muito bonita", conta a atriz.

Rhein Dom mit Hohenzollernbrücke, Köln, Nordrhein-Westfalen, Deutschland
Cidade de Colónia, onde está sedeado o Lusotaque, grupo de teatro de língua portuguesa da Universidade de ColóniaFoto: picture-alliance / Bildagentur Huber

Atores de várias nacionalidades representam em português

No palco, atores alemães, brasileiros e de outras nacionalidades se reúnem para representar em língua portuguesa. Cada um com o seu sotaque, daí a origem do nome do grupo - Teatro Lusotaque, explica a atriz brasileira Yara Heidemann. "Alguns atores falam português de Portugal, outros português do Brasil, há os alemães e os gregos com sotaques grego e alemão. Da mesma forma que a gente tem a mistura da língua, temos a mistura da cultura. É tudo uma mistura total no Lusotaque", diz Heidemann.

Além da paixão pelo teatro, o ator alemão Teo Teasca resolveu fazer parte do Lusotaque para ficar em contato com a língua portuguesa. Para ele "é uma boa prática para conhecer pessoas, para trocar experiências e, ao mesmo tempo, falar o tempo todo. É melhor do que qualquer aula", afirma o alemão.

No palco, os 13 atores contam a história de Ngunga, uma criança que vive num país africano dilacerado pela guerra. Ngunga conhece pessoas, histórias e sentimentos que geram muitas perguntas. "Ngunga não consegue entender porque as pessoas agem errado e porque os adultos são egoístas", diz Cristina Carrilho.

Sucesso de público na estréia

A peça lotou o auditório do Horizont Theater em Colónia. Na platéia, até quem não fala o Português foi conferir o Teatro Lusotaque. Uma das espectadoras foi a estudante Andrea Bücker. "Aprendi um pouco de português na universidade, mas não muito bem, por isso me interessa ver como se fala e creio que é possível entender ainda que não compreendemos as palavras muito bem", conta a estudante.

A jornalista alemã Alice Kohn também ficou curiosa para assistir a peça na língua de Camões. "Eu pude entender, não tudo, mas a maior parte. Eu gostei, eles usam muita fantasia e imaginação, muitos figurinos, foi muito bom", diz animada.

Ao final da apresentação, os atores receberam os aplausos de uma platéia satisfeita. Agora resta esperar mais seis meses para conferir a próxima produção dos atores do Lusotaque.

Autora: Daniella Zanotti
Edição: António Rocha / Johannes Beck