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Momade desvaloriza eventual candidatura de Dhlakama

Sitoi Lutxeque (Nampula)
13 de setembro de 2020

O líder da RENAMO afirmou este sábado que Henriques Afonso Dhlakama, filho mais velho do antigo líder do partido, pode avançar com a sua pretensão de concorrer às presidenciais de 2024, mas não terá apoio da RENAMO.

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Mosambik Nampula | RENAMO Vorsitzender | Ossufo Momade
Foto: DW/S. Lutxeque

O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade, considera que a eventual candidatura de Henriques Dhlakama, filho mais velho de Afonso Dhlakama, então líder do principal partido da oposição em Moçambique, às eleições presidenciais de 2024, não abala a sua formação política e encoraja-o a seguir em frente.

"Não temos nenhum problema em relação a essa decisão que ele [Henriques Dhlakama] tomou. Isso não representa nenhuma ameaça ao partido, até porque ele é um cidadão livre de fazer o que bem entender".

Ossufo Momade falava este sábado (12.09) durante a sua deslocação às províncias de Zambézia, Niassa e Nampula, para uma visita de cinco dias.

Henriques Afonso Dhlakama, filho mais velho do antigo líder da RENAMO, anunciou na sexta-feira (11.09) a sua candidatura às presidenciais de 2024, dizendo que pretende evitar que o país entre "num precipício".

Mosambik Nampula | RENAMO Vorsitzender | Ossufo Momade
Momade diz que Dhlakama não terá apoio da RENAMO Foto: DW/S. Lutxeque

Dhlakama sem apoio da RENAMO

candidatura foi confirmada à Lusa por uma fonte partidária, apesar de o novo candidato não fazer referências a partidos no seu anúncio. "Estamos à beira de um precipício e é altura de os moçambicanos reagirem com a ferocidade que se lhes conhece ao longo da sua história", refere, na declaração.

O líder da RENAMO deixou claro que a candidatura de Henriques não terá apoio da direção do seu partido.

"Se ele vai concorrer, não podemos criar nenhum problema a um cidadão que quer concorrer [às eleições de 2024], acho que ele está preparado, organizado e tem convicção daquilo que lhe leva a ter esse pensamento de disputar às presidenciais", disse Momade num encontro com os militantes e simpatizantes da RENAMO.

Convite para Nhogo

Mosambik Nampula | RENAMO Vorsitzender | Ossufo Momade
Líder da RENAMO em contato direto com os militantes do partidoFoto: DW/S. Lutxeque

O presidente do maior partido da oposição moçambicana aproveitou a ocasião para, mais uma vez, convidar o líder da autoproclamada Junta Militar, Mariano Nhogo, a juntar-se ao processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR), abandonando, assim, os ataques que o seu grupo tem protagonizado nas províncias de Sofala e Manica, no centro de Moçambique.

Ossufo Momade está a fazer um périplo pelas províncias o país, onde entre vários assuntos, está a revitalizar os gabinetes eleitorais do seu partido, face às próximas eleições municipais de 2023 e presidenciais de 2024.

"A província de Nampula é celeiro do partido [baluarte], por isso, vim aqui sentir aquilo que é o pulsar do partido a nível da província. Teremos vários encontros e através desses, teremos as perspetivas daquilo que serão os resultados em 2023”, referiu.

 O partido RENAMO, recorde-se, governa oito das mais importantes autarquias, nomeadamente, a cidade de Nampula, Angoche, Ilha de Moçambique, Nacala-Porto, Malema (província de Nampula), Chiure (Cabo Delgado), Cuamba (Niassa) e Quelimane (Zambézia).  

  

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