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Líderes africanos defendem união monetária em África

Lusa
20 de outubro de 2019

Ministros e governantes de vários países africanos concordaram que uma moeda única africana seria favorável para o reforço económico da África e o crescimento das transações internas, evitando o dólar ou euro.

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Ghana neue Währung Symbolbild
Foto: Getty Images/AFP/I. Sanogo

Com mais de 40 diferentes moedas nacionais usadas no continente, políticos africanos querem reforçar o poder das próprias moedas juntamente com o acordo de livre comércio dentro da África e reduzir as transações internacionais em dólares ou euros.

As afirmações foram feitas no sábado por líderes políticos do Quénia, Mauritânia, Senegal e Somália aos jornalistas em Washington, Estados Unidos, durante os Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, ao avaliar oportunidades e desafios do recente Acordo de Livre Comércio Continental Africano (AfCFTA, na sigla em inglês).

O diretor nacional do Tesouro da Mauritânia, Mohamed Lemine Ould Dheby, realçou que é possível uma união monetária dentro de África, mas a convergência económica traz mais exigências do que os requerimentos para o acordo de comércio recentemente alcançado dentro do continente.

Economias mais frágeis

Kenia Symbolbild Markt
Comerciante num mercado africanoFoto: picture-alliance/dpa/G. Forster

Opiniões semelhantes trouxeram líderes dos outros países, que destacaram que uma união monetária em África iria exigir uma integração faseada para abranger e apoiar as economias mais frágeis e com menos rendimentos e garantir a inclusão dos sistemas financeiros.

Os políticos defenderam que converter as moedas nacionais em África é possível sem recorrer ao euro ou dólar e que, num continente rico em matérias-primas, são necessárias medidas para assegurar que África é o destino final de capitais.

 A Mauritânia quer aumentar a confiança dentro e fora das fronteiras, mas, para o ministro, o desafio está no desenvolvimento económico e que são necessários programas de especialização profissional e o reforço da competitividade dos negócios.

Os políticos também consideraram que ainda há muitos desafios, como assegurar a segurança e a existência de infraestruturas adequadas e suficientes, para o fortalecimento das relações comerciais multilaterais dentro do continente africano.

Estados Unidos e China

Symbolbild chinesische Auslandshilfe in Afrika
China e seus investimentos em África. Foto de arquivo.Foto: picture-alliance/AP Photo/G. Baker

No momento atual, com as tensões comerciais entre Estados Unidos e China e outros obstáculos, África tem de demonstrar capacidade de resiliência e dar resposta aos desafios assegurando a segurança e existência de infraestruturas e transportes, disse o ministro senegalês das finanças Abdoulaye Diallo.

Segundo o político, o Senegal já trabalha em direção ao objetivo de dar mais oportunidades de globalização à população e para o fortalecimento da presença e importância do Senegal na comunidade internacional.

Para o Quénia, a integração no acordo de comércio africano pode aumentar o comércio em mais de 50%, por dar acesso a um mercado internacional maior, e dá esperança para a criação de mais emprego e redução da pobreza.

O progresso pode ser "muito grande" se a África também aumentar os salários dentro das várias indústrias e adotar práticas semelhantes aos países mais desenvolvidos, disse Ukur Yatani Kanacho, secretário do Ministério do Trabalho e Proteção Social do Quénia.