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CEDEAO debate sanções às juntas na África Ocidental

AFP
4 de junho de 2022

Reunidos no Gana, os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental devem decidir este fim de semana se levantam ou agravam sanções contra o Mali, Burkina Faso e Guiné-Conacri após golpes militares.

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Symbolbild | ECOWAS | Westafrikanischer Regionalblock verabschiedet neuen Plan zur Einführung einer einheitlichen Währung im Jahr 2027
Foto: Pius Utomi Ekpei/AFP/Getty Images

Os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) deram início este sábado (04.06) a uma reunião na capital do Gana, Acra, para debater as sanções contra as juntas que governam atualmente o Mali, o Burkina Faso e a Guiné-Conacri.

O bloco regional deve decidir se mantém, alivia ou levanta as medidas de retaliação ao Mali, impostas em janeiro depois de o regime militar anunciar a intenção de governar por mais cinco anos.

O Presidente do Gana, Nana Akufo Ado, abriu a cimeira, com a presença dos Chefes de Estado da maioria dos 15 países membros, mas sem qualquer representante do Mali, Burkina Faso ou Guiné-Conacri visível na audiência.

"A presente cimeira irá reexaminar e avaliar as situações no Mali, na Guiné-Conacri e no Burkina Faso à luz dos recentes desenvolvimentos na região e no contexto global", afirmou. "O nosso objectivo foi sempre o de encontrar formas de ajudar estes países a regressar à ordem constitucional".

A Guiné-Conacri, o Burkina Faso e o Mali estão actualmente suspensos dos organismos da CEDEAO.

O Mali já foi alvo de sanções e os outros dois países correm o risco da imposição de novas medidas punitivas por parte do bloco, depois de as juntas no poder nas suas respectivas capitais se terem comprometido a manter o poder por mais três anos.

A África Ocidental foi palco de vários golpes militares em menos de dois anos - dois em Bamako, seguidos por Conacri em setembro passado e Ouagadougou em janeiro.

Mali ECOWAS Protest
"Abaixo a CEDEAO": Protesto contra as sanções impostas ao Mali, em Bamako.Foto: Florent Vergnes/AFP/Getty Images

A resistência das juntas militares

A CEDEAO, empenhada em travar o alastramento da instabilidade política, realizou cimeiras e aumentou a pressão sobre as juntas para encurtar os períodos de transição antes de um regresso ao governo civil.

No entanto, os homens fortes Coronel Assimi Goita no Mali, Coronel Mamady Doumbouya na Guiné-Conacri e Tenente-Coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba no Burkina Faso desrespeitaram essa pressão e, desde então, foram empossados como presidentes.

Invocam a gravidade das crises internas - que vão da insurgência islâmica aos problemas sociais - e afirmam que precisam de tempo para reconstruir os seus estados e organizar eleições.

Um relatório da ONU publicado na semana passada revelou que as sanções da África Ocidental contribuíram para o agravamento das condições de vida, particularmente para os pobres.

O Mali, um dos países mais pobres do mundo, combate uma crise sangrenta que já conta uma década e que começou com uma insurreição extremista islâmica regional que se alastrou ao Níger e ao Burkina Faso. A CEDEAO fechou fronteiras e suspendeu as trocas comerciais e financeiras com o Mali, excepto no que diz respeito a bens de primeira necessidade.    

Na Guiné-Conacri, os militares derrubaram o presidente Alpha Condé em setembro e prometeram o regresso ao governo civil em três anos. O Governo do Burkina Faso foi derrubado em janeiro, quando os militares insatisfeitos depuseram o presidente eleito Roch Marc Christian Kaboré.

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