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Mais de 650 detidos em protestos no Chade

Lusa
29 de abril de 2021

Protestos de terça-feira (29.04) contra a subida ao poder do filho do falecido Presidente Idriss Déby foram reprimidos pela polícia e resultaram em pelo menos seis mortes.

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Tschad N'Djamena | Proteste und Gewalt
Foto: Sunday Alamba/AP/picture alliance

Houve "653 detenções" durante as manifestações de terça-feira, afirmou esta quinta-feira (29.04) o procurador de N'djamena, Youssouf Tom, em declarações à agência de notícias France Presse (AFP). Alguns, acrescentou, "estão em processo de serem apresentados à justiça, a maioria deles já foram, e muitos já foram libertados". Na quarta-feira, ainda segundo o procurador, outras 58 pessoas foram presas.

A oposição e a sociedade civil consideram que foi um "golpe institucional" e uma "sucessão dinástica", aquilo que aconteceu no país, com o filho do falecido Presidente Idriss Déby Itno, Mahamat Idriss Déby, a tomar o poder, liderando o Conselho Militar de Transição (CMT), que concentra quase todos os poderes. 

A oposição apelou a manifestações contra a situação na terça-feira, mas os protestos foram proibidos pelas autoridades militares. As manifestações foram reprimidas, resultando na morte de seis pessoas em N'djamena e no sul do país, de acordo com as autoridades, nove de acordo com uma ONG local.

No tribunal superior de N'Djamena, dezenas de manifestantes foram trazidos esta quinta-feira em veículos da polícia, de diferentes esquadras e distritos da capital, relatou a AFP. Desde quarta-feira de manhã, são apresentados à vez nos gabinetes do procurador e dos seus adjuntos, explicou um dos advogados, Rimt Guarambaye.

Contestação também visa França

Tschad N'Djamena | Proteste und Gewalt
Patrulha policial após o protesto em N'Djamena, na terça-feira.Foto: Sunday Alamba/AP/picture alliance

A maioria dos apelos à manifestação foram também contra a política de França, que é acusada de apoiar o novo poder desde que o Presidente francês, Emmanuel Mácron, se deslocou a N'Djamena para se encontrar com as novas autoridades de transição no país, por ocasião do funeral do marechal Déby. Foi o único chefe de Estado ocidental que se deslocou ao país depois dos acontecimentos. O Presidente francês condenou "de forma veemente" a repressão das manifestações de terça-feira. Um novo apelo para manifestações foi lançado na quarta-feira de manhã, mas foi pouco seguido.

Assim que o Exército anunciou a morte, alegadamente em combate contra grupos rebeldes, do Presidente do Chade, Idriss Déby, na semana passada, o seu filho Mahamat, tenente-general e chefe da guarda presidencial, assumiu o comando do CMT, composto por mais 14 generais, todos eles próximos do seu pai, e revogou a Constituição e dissolveu o Governo e a Assembleia Nacional.

Mahamat Idriss Déby prometeu "eleições livres e democráticas" em 18 meses. Na segunda-feira, foi nomeado o primeiro-ministro transitório, que foi chefe de um anterior Executivo sob a Presidência de Idriss Déby.

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