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Malária mata dez crianças por dia em Luanda

28 de janeiro de 2011

No hospital pediátrico David Bernardino, na capital angolana, os números preocupam: metade dos pacientes que ali chegam diariamente com malária não resiste à doença.

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Foto: DW

O hospital David Bernardino é o único centro de pediatria, de referência, na capital angolana Luanda. A unidade atende diversas patologias graves, entre elas a malária. Diariamente morrem aqui dez crianças, ou seja metade das que chegam infectadas ao hospital todos os dias.

Não morrem por falta de atendimento imediato no hospital, mas sim porque chegam em estado avançado da doença afirma Carla Benchimol, responsável do banco de urgência do hospital pediátrico de Luanda, ao correspondente da Deutsche Welle em Angola.

O espaço de atendimento na unidade de saúde, na capital angolana, é pequeno para tantas crianças doentes e até mesmo para o corpo clínico funcionar devidamente. O hospital tem apenas 35 camas, para mais de 80 casos. "Temos que colocar três ou quatro crianças juntas, não temos outra alternativa", sublinha Benchimol.

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A infecção se dá com a picada do mosquito AnophelesFoto: picture-alliance /dpa

Investe-se pouco no combate à malária

Os números revelam 400 mil casos da doença anualmente que resultam em quatro mil mortes. Mas, o poder executivo angolano diz que há uma redução de casos. "Analisamos os dois últimos anos e já registramos um decréscimo da doença", colocou o médico Nilton Saraiva, coordenador adjunto do programa de luta contra a malária.

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Malária é a doença que mais mata em AngolaFoto: picture-alliance/ dpa

Todavia para o sociólogo João Paulo Ganga, o país continua a investir muito pouco para reduzir o impacto da malária na sociedade angolana: "No país vizinho Namíbia, os espaços são maiores; na África do Sul os casos não são tão graves, portanto Angola é um exemplo de como se gere mal a política de saúde em relação a malária."

Ganga complementa dizendo que a malária deveria ser uma questão central, inclusive tratada nas escolas. "Não temos, em Angola, laboratórios de investigação científica. Já devíamos ter desenvolvido métodos para combater doenças como a malária".

Autor: António Carlos Moura / Bettina Riffel
Revisão: Helena Ferro de Gouveia

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