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Líder da oposição é o novo Presidente do Malawi

Lusa | AFP | mjp
28 de junho de 2020

Lazarus Chakwera foi empossado este domingo (28.06) numa cerimónia oficial. Ex-chefe de Estado Peter Mutharika diz que eleições foram "as piores da história do Malawi".

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Malawi Opposition Lazarus Chakwera
Foto: Reuters/E, Chagara

"Juro solenemente cumprir as funções de presidente da República do Malawi, preservar e defender a Constituição", disse Lazarus Chakwera durante a cerimónia na capital, Lilongwe.

Mais de quatro milhões de eleitores votaram na terça-feira pela segunda vez num ano, após o cancelamento da reeleição de Mutharika em maio de 2019 devido a uma fraude maciça.

Após quatro longos dias de contagem, o presidente da Comissão Eleitoral (MEC), Chifundo Kachale, confirmou a grande vitória de Chakwera, um ex-pastor evangélico de 65 anos, com 58,57% dos votos.

Chakwera ficou à frente de Peter Mutharika, de 79 anos, por mais de 800.000 votos.

Dirigindo-se aos seus concidadãos, o novo chefe de Estado agradeceu por terem prestado a honra em votar em si, afirmando sentir-se "pleno de alegria indescritível".

"É uma honra o vosso desejo e aspiração por mudanças", acrescentou Chakwera.

Durante a eleição disputada em maio de 2019, o MEC proclamou a vitória de Peter Mutharika, no poder desde 2014, com 38,57% dos votos contra 35,41% em Lazarus Chakwera.

No entanto, o líder da oposição contestou os resultados e seus apoiantes foram às ruas por vários meses para que a votação fosse cancelada. As manifestações foram palco de frequentes cenas de violência com a polícia.

Malawi Präsident Peter Mutharika PK Wahlen
Peter MutharikaFoto: picture-alliance/AP Photo/T. Chikondi

Em fevereiro de 2020, o Tribunal Constitucional invalidou os resultados com base em "irregularidades generalizadas e sistemáticas" e ordenando uma nova votação.

O Malawi tornou-se, assim, o segundo país da África Subsaariana a cancelar uma eleição presidencial, depois do Quénia em 2017.

Apelo a uma terceira eleição

Dirigindo-se aos apoiantes na Praça da Liberdade de Lilongwe, Chakwera prometeu restaurar "a fé na possibilidade de ter um governo que sirva e lute” pelos cidadãos.

"Muitos de vocês não votaram em mim nesta eleição e talvez a perspetiva da minha Presidência vos encha de medo", acrescentou. "Mas o Malawi é também a vossa casa. Enquanto eu for o seu Presidente, também vocês vão prosperar".

Chakwera lidera o partido mais antigo do Malawi, o Partido do Congresso do Malawi (MCP), que é o principal partido da oposição e governou o país durante três décadas, de 1964 a 1994, sob o Governo unipartidário de Hastings Banda.

Mutharika, de 79 anos, ainda não comentou a sua derrota. No sábado, o ex-chefe de Estado tinha já alegado que a repetição das eleições tinha sido um fracasso, citando violência e intimidação e descrevendo o escrutínio como "o pior da história do Malawi".  A Comissão Eleitoral do Malawi (MEC) rejeitou as alegações e disse que todas as queixas tinham sido "resolvidas".

Ainda assim, o Partido Democrático Progressista de Mutharika (DPP) apelou ao MEC para anular os resultados da segunda votação e declarar um terceiro escrutínio. Analistas ouvidos pela agência de notícias France Presse têm muitas dúvidas acerca da possibilidade de uma segunda repetição.

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