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Manifestação em Paris desperta para os problemas em Angola

Filipa Serra Gaspar29 de abril de 2016

Neste sábado, dia 30 de abril, vai realizar-se uma manifestação em Paris, que irá reinvindicar democracia e justiça em Angola. A organização pretende dar a conhecer à Europa e ao ocidente a atual situação no país.

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Foto: Uniao da Diaspora Angolana

”Queremos liberdade de expressão”, “Parem com a ditadura” e “Basta de miséria”. São estas as palavras de ordem da manifestação organizada pela União da Diáspora Angolana em França. A partir das 13 horas, na Praça da República, em Paris, são esperados cidadãos angolanos, e não só.

N. Canda, como quis ser identificado, é um dos coordenadores da União da Diáspora e um dos organizadores da manifestação e revela que a ação pretende denunciar a situação atual em Angola e todas as injustiças pois "organizações internacionais vão estar na manifestação. A Praça da República é um local movimentado e há sempre meios de comunicação social nos arredores, bem como personalidades políticas francesas e não só".

Os recentes surtos de febre amarela e malária em Angola e o resultados do julgamento dos 15+2 ativistas condenados a penas de prisão, são dois fortes argumentos de contestação durante o protesto. N. Canda reforça que apesar de longe, a diáspora angolana acompanha o dia-a-dia de amigos e familiares que estão no país. A manifestação pretende levar a um nível internacional a voz daqueles que não têm voz em Angola.

“Estamos aqui na diáspora e temos amigos e familiares em Angola. Queremos levar a mensagem que nos dão daquilo que passa", garante o ativista. "Temos doenças e epidemias em Angola, são centenas de mortos diariamente. Não há espaço nas morgues e os familiares é que é que se ocupam dos mortos. Isto é uma situação muito difícil de se ver", acrescenta N. Canda.

A Justiça angolana "está doente"
O organizador queixa-se também dos constrangimentos que as instituições internacionais e os meios de comunicação social têm em Angola. No entanto, considera que há uma clara falta de esforço e apoio internacional.

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“A nossa justiça está praticamente doente. A justiça não pode funcionar desta maneira. A comunidade internacional não está a reagir suficientemenmte e em causa estão os negócios. Os ocidentais, incluindo Portugal, são cúmplices do Governo angolano", lamenta.

Apesar de tudo, N. Canda revela que os angolanos na diáspora defendem a pátria e a democracia angolana e afirma que muitos emigrantes angolanos gostariam de voltar ao seu país, mas não o fazem pela falta de liberdade.

“Nós temos o direito de reinvidicar os nossos direitos, seja no país, ou no exterior", afirma. "A democracia e a paz são os valores que defendemos. Todos nós sofremos. Queremos regressar para o nosso país mas não voltamos porque não temos liberdade de expressão, liberdade de reunião, nem liberdade de manifestar o nosso descontentamento face ao que se passa na má governação do nosso pais”.

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