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Quelimane: Agitação na RENAMO é "entregar o ouro ao bandido"

Lusa
1 de abril de 2024

Autarca de Quelimane, Manuel de Araújo, quadro da RENAMO, considera que a agitação interna prejudica o principal partido da oposição em Moçambique, comparando a situação com "entregar o ouro ao bandido".

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Manuel de Araújo, edil de Quelimane
Autarca de Quelimane, Manuel de Araújo, também condenou os "impropérios lançados" recentemente pelo porta-voz da RENAMO, José ManteigasFoto: Quelimane Municipality

"Afinal o que se passa? Porquê tanta agitação numa altura em que temos tudo para tirar a FRELIMO [Frente de Libertação de Moçambique] do poder?", questionou Manuel de Araújo, numa carta a que a Lusa teve acesso.

O político, que é também membro do Conselho Nacional da RENAMO, indagou ainda sobre quem ganha com as divergências públicas entre a ala do atual presidente do partido, Ossufo Momade, e Venâncio Mondlane e Elias Dhlakama, deputados e membros da organização que já anunciaram a intenção de concorrer à liderança da força política.

“Entristece-me o tom e os insultos. Até não parece que pertencemos à mesma casa, a RENAMO”, disse.

“Queremos deitar tudo a perder e entregar o ouro que nos pertence aos 'bandidos'?”, questionou Manuel de Araújo.

Edil lança críticas a José Manteigas

Araújo criticou o facto de antigos guerrilheiros da RENAMO, na província de Manica (oeste), terem rejeitado uma eventual candidatura de Venâncio Mondlane e Elias Dhlakama à presidência da RENAMO, e o fato de dirigentes ilustres terem manifestado apoio à recandidatura de Ossufo Momade, “à margem dos estatutos do partido”.

Na carta, o autarca de Quelimane também condenou os “impropérios lançados” pelo porta-voz da RENAMO, José Manteigas, em entrevista a um canal de televisão, contra Venâncio Mondlane.

Manuel de Araújo lamentou o facto da direção do principal partido da oposição e Venâncio Mondlane disputarem em público o mérito de duas providências cautelares intentadas por este deputado para a marcação do congresso da RENAMO e para a anulação de atos praticados por Ossufo Momade, sob o argumento de o mandato do atual líder já ter terminado.

Na sequência da providência cautelar para a marcação do próximo congresso, a direção do principal partido da oposição e Venâncio Mondlane chegaram a acordo para que a reunião magna da RENAMO seja realizada entre 15 e 16 de maio.

Sobre os atos de Ossufo Momade contestados por Mondlane, o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo considerou não haver ilegalidade, recuando em relação a uma primeira decisão, em que anulava “atos estruturantes” praticados pelo dirigente.

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