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Maputo está a afundar no lixo

8 de novembro de 2012

A capital de Moçambique, Maputo, tem razões para celebrar os seus 125 anos de história, mas problemas na recolha do lixo e a falta de sanitários públicos ainda são deficiências claras e visíveis.

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Maputo está a afundar no lixo
Maputo está a afundar no lixoFoto: DW

A cidade de Maputo, capital de Moçambique, completa 125 anos no sábado (10.11). Com um histórico de mais de cem anos, enfrenta problemas que vão desde a deficiência na recolha do lixo a vias degradadas.

A população de um pouco mais de dois milhões de habitantes precisa lidar diariamente, além do problema do lixo, com crescimento desordenado e a falta de sanitários públicos.

Urinar pela cidade

A ausência das casas de banho tem incentivado a população, principalmente masculina, a urinar em árvores, vedações ou sucatas, exalando assim um odor insuportável. Um problema público que preocupa também os ambientalistas. Na opinião de António Reina, da organização não governamental Livaningo, o governo precisa sensibilizar as pessoas mas também fazer cumprir a lei.

"Não estamos a dizer que temos que bater nas pessoas, ou criar um estado de sítio por causa disto. Mas é preciso que a população pense antes de agir [como urinar em árvores, por exemplo] e saiba o que lhes pode acontecer", esclarece António Reina.

Ambientalistas sugerem: população deve evitar sacos plásticos
Ambientalistas sugerem: população deve evitar sacos plásticosFoto: picture-alliance/ dpa

O presidente do Conselho Municipal, David Simango, garantiu que já existem soluções para esta falta na cidade de Maputo. "Nós temos dois contratos que permitem, nos próximos dois ou três anos, construir 90 sanitários públicos."

O lixo e as sacolas plásticas

Outro problema é a deficiência na recolha dos resíduos sólidos. O ambientalista Carlos Serra Júnior, mostra-se mais preocupado com o uso do saco plástico e outras embalagens.

"Estamos muito preocupados com o problema do lixo. Mas com relação às embalagens, podemos fazer algo em termos legislativos. Os deputados podem, com a nossa ajuda, aprovar um instrumento legal que ponha regras para a produção, comercialização e destino final das embalagens."

O ambientalista lembra que grande parte da população joga o saco plástico no chão após usá-lo, um grande problema quando chove. As embalagens acabam por parar nas valas de drenagem, impedindo desta forma a passagem da água.

"Faz mal à cidade, faz mal ao sistema. É presciso restringir o saco plástico e arranjar alternativas. Deve-se falar com as indústrias para fabricarem um plástico mais resistente que possa ser reutilizável", defende o comerciante Issufo Mohamed.

Falta de sanitários faz pessoas urinarem nas ruas
Falta de sanitários faz pessoas urinarem nas ruasFoto: DW

Quanto a criação de uma legislação para a gestão do lixo em Maputo, os deputados da Assembleia da República, ambientalistas e vendedores já entraram em um acordo. O uso do saco plástico será regulamentado.

"É necessário traçar uma legislação que possa ajudar na situação do fabrico do plástico", explica a deputada Antónia Chare.

Maputo foi elevada à categoria de vila em 1876. Onze anos mais tarde, em 10 de Novembro de 1887, recebeu o estatuto de cidade devido ao bom desempenho econômico, numa época em que os principais pólos eram Transvaal e o porto de Durban, na África do Sul.

Autor: Romeu da Silva (Maputo)
Edição: Bettina Riffel / António Rocha

Maputo está a afundar no lixo