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Estudantes contra taxa de inscrição na universidade angolana

3 de janeiro de 2019

Jovens concentraram-se no Largo 1º de Maio, em Luanda, para protestar contra taxa de acesso a universidade pública. Mas a marcha não se realizou porque a lei proíbe manifestação nos dias úteis da semana.

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Studenten in Luanda
Foto: DW/M. Luamba

As inscrições para acesso à universidade pública, arrancaram esta quinta-feira (03.01.) Os candidatos devem pagar 4.000 kzs de taxa (cerca de 20 euros). Mas, o Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), defende apenas mil kwanzas o equivalente a 5 euros.

E para protestar contra o valor que consideram exorbitante, tentaram esta quinta-feira, realizar uma marcha até ao Ministério das Finanças. Mas a lei proíbe manifestação nos dias úteis antes do período laboral.

Assim sendo, dezenas de estudantes decidiram protestar contra a taxa no local da concentração.

Joaquim Paulo é um dos estudantes que não concorda com a taxa cobrada pela universidade pública e disse à DW África que "estamos aqui para denunciar (repudiar), o valor da inscrição que a Universidade Agostinho Neto e companhia tem cobrado aos candidatos. Quatro mil kwanzas é muito sendo a educação um direito fundamental para os cidadãos".Outro estudante descontente é Avelino Baptista e que afirma por seu lado que "se os valores forem diminuídos alguma coisa boa vai resultar porque haverá um maior número de pessoas com oportunidades para se inscreverem na universidade. Por outro lado, mais jovens poderão estudar e serem formados e, dentro de cinco anos, esses jovens vão servir como resposta aos problemas que hoje a sociedade angolana enfrenta".

Studenten in Luanda
Foto: DW/M. Luamba

Taxa servirá para cobrir despesas?

A Universidade Agostinho Neto justifica que a taxa cobrada serve para cobrir as despesas com o pessoal que vai trabalhar no processo de admissão dos novos estudantes apesar de ser uma unidade orçamentada.

Ainda assim, Francisco Teixeira presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), quer que a instituição explica o destino dado às verbas arrecadadas.

"Nós estamos a pedir à Universidade Agostinho Neto para justificar porque é que está a cobrar 4.000 kzs (cerca de 20 euros se recebe apoios financeiros do Fundo do Petróleo e do Orçamento Geral do Estado. A universidade e forma arrogantes diz que não nos pode explicar... mas porque é não pode explicar se é servidor público? Logo, começamos a perceber que tem dificuldades em explicar para onde vai o dinheiro das inscrições", concluiu.

Marcha em Luanda: Estudantes angolanos protestam contra valores das matrículas

Encontro com a direção da UAN

Para esta sexta-feira (04.01.), está previsto um encontro com a reitoria da universidade em causa. Caso as suas reivindicações não sejam atendidas, vamos partir para manifestações nos campus universitários onde decorrem as inscrições, ameaça Francisco Teixeira.

"O vice-reitor ligou para nós e pediu-nos que nos reuníssemos amanhã (sexta-feira) pelas 11 horas. É isso que queríamos desde o principio: sentarmos e nos ouvirem. Mas infelizmente a universidade não queria e hoje teve que ceder. Se não chegarmos a nenhum acordo, vamos marchar dentro dos campus universitários", afirma Teixeira

Para o presente ano académico, a Universidade Agostinho Neto (UAN), tem disponíveis 5.095 vagas, mais 125 que no ano de 2018.