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Mariano Nhongo volta a fazer ameaças

Lusa
8 de abril de 2021

Líder da autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO ameaça inviabilizar governação no centro e norte de Moçambique. "Se continuar a ouvir os traidores, o Governo estará a queimar tempo", diz Mariano Nhongo.

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Foto: DW/A. Sebastiao

"Se o Governo não quer negociar com a 'Junta Militar' não vai governar em seis províncias. Se conseguir governar, vai governar à força, mas terá sempre consequências", disse esta quinta-feira (08.04) à comunicação social Mariano Nhongo, falando por telefone a partir de um ponto incerto no centro de Moçambique.

A "Junta Militar", um grupo dissidente do principal partido da oposição chefiado por Nhongo, contesta a liderança da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e as condições para a desmobilização decorrentes do acordo de paz, sendo apontada pelas autoridades como a responsável pelos ataques armados no centro do país que já mataram, pelo menos, 30 pessoas desde 2019.

Segundo Nhongo, o documento contendo as exigências para reintegração dos seus guerrilheiros foi enviado ao Governo e ao grupo de contacto das negociações de paz em 02 de outubro do ano passado.

"Se o Governo continuar no silêncio, chegará o tempo em que anunciaremos ao mundo sobre quando vamos iniciar com as nossas ações. Eu não estou a fazer nada porque estou à espera da resposta do Governo", referiu Nhongo.

Nos últimos meses, vários membros influentes do grupo abandonaram as matas e juntaram-se ao processo de paz, mas o seu líder mantém as revindicações, acusando os desertores de traição.

"Se continuar a ouvir os traidores, o Governo estará a queimar tempo", frisou o antigo líder de guerrilha da RENAMO.

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