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MDM em Moçambique: "Voltou-se a cometer fraude eleitoral"

Delfim Anacleto
13 de dezembro de 2023

Após repetição das eleições autárquicas, porta-voz do partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Ismael Nhacucue, alega nova "mega fraude" e diz que delegados da oposição foram retirados das assembleias de voto.

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Foto: Arcénio Sebastião/DW

Após a repetição das eleições autárquicas moçambicanas em alguns distritos, o partido de oposição Movimento Democrático de Moçambique (MDM) não acompanha a ideia do partido Frente de LIbertação Nacional de Moçambique (FRELIMO) ter vencido.

O partido no poder no país venceu nas quatro autarquias onde as eleições foram repetidas a 10 de dezembro, tal como avançaram as autoridades eleitorais ao nível distrital em Nacala-Porto, Milange, Gurué e Marromeu. Em entrevista à DW, o porta-voz do partido MDM, Ismael Nhacucue, fala numa "nova fraude" com ajuda da polícia local.

DW África: Que avalição faz da repetição da votação?

Ismael Nhacucue, porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM)
Ismael Nhacucue, porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM)Foto: Arcénio Sebastião/DW

Ismael Nhacucue: É uma avaliação completamente negativa. Repetimos a eleição porque houve fraude, mas voltou-se a fazer a mesma coisa. Ou seja, voltou-se a cometer fraudes. Isso desvirtua o verdadeiro sentido e retira o espírito da motivação que levou a repensarmos estas eleições. Podemos dizer que não houve nada de diferente do que aconteceu na primeira eleição. A intervenção da polícia ditou, obviamente, os resultados e os favoreceu significativamente.

DW África: Em que medida esta intervenção poderá ter ligação com o processo eleitoral e os seus resultados?

IN: Teve um impacto bastante significativo na medida em que a polícia ajudou o governo do dia, portanto o STAE, a manipular todo o processo. Para termos uma ideia mais objetiva: em Marromeu, os fiscais do partido foram obrigados a retirar-se das salas no momento da contagem de votos. Isso também aconteceu um pouco por quase todas as mesas em Gurue. E a FRELIMO esteve lá a contar os votos sozinha para que a "mega fraude” ocorresse sem que ninguém pudesse fazer absolutamente nada. A polícia jogou um papel extremamente importante nestas eleições.

DW África: Houve uma repetição devido às irregularidades na eleições de 11 outubro. Agora, na repetição, parece que também houve. E daqui para frente, o que há por se fazer pelo MDM?

IN: Temos que refletir como partido. E vamos propor alterações na lei eleitoral. Precisamos fazer uma reflexão profunda sobre tudo isso o que aconteceu. Além disso, criar mecanismos para que as eleições de 2024 não tenham os mesmos problemas.

DW África: Quais alterações o MDM vai propor à lei eleitoral?

IN: Ao nível dos quadros do partido, já temos vários sensibilizados, mas ainda não há o posicionamento formal. O partido reunirá os quadros em janeiro do próximo ano e, dessa reunião, sairá o posicionamento do partido para os próximos pleitos eleitorais.

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