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MDM exige que acordo entre Governo e RENAMO seja divulgado

Lusa
8 de agosto de 2018

"Para que haja confiança" é necessário que o documento sobre a desmilitarização seja divulgado, defende Daviz Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

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Daviz Simango: "Os moçambicanos devem apropriar-se deste processo"Foto: DW/J. Beck

O presidente da terceira força política moçambicana no Parlamento exigiu terca-feira (07.08) que o memorando de entendimento assinado entre o Governo e a  Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) sobre a desmilitarização seja divulgado. "Nós queremos encorajar as partes para tornarem este documento público porque os moçambicanos devem se apropriar deste processo", declarou Daviz Simango, falando à imprensa num evento público na Beira, centro de Moçambique.

Para Simango, a disponibilização do documento assinado entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o coordenador interino da RENAMO, Ossufo Momade, pode devolver a confiança aos empresários que tinham medo de investir devido à crise política e militar no país.

"Para que haja mudança deve haver confiança e para que haja confiança é necessário que este documento seja divulgado", observou o presidente do MDM, felicitando, no entanto, as partes por terem chegado a estes consensos.

Na segunda-feira (06.08), o Presidente moçambicano anunciou a assinatura de um memorando de entendimento entre o Governo e a RENAMO sobre a desmilitarização e a integração das forças do principal partido de oposição. Na sua declaração à nação, o Presidente moçambicano disse que dentro de dias serão anunciados os passos seguintes no processo, mas sem avançar detalhes sobre o conteúdo do documento.

Processo arrancou há um ano

O atual processo negocial entre o Governo moçambicano e a RENAMO arrancou há um ano, quando Filipe Nyusi se deslocou à Gorongosa, no centro de Moçambique, para uma reunião com o então líder da Renamo, Afonso Dhlakama, no dia 6 de agosto do ano passado, num encontro que ficou marcado por um aperto de mãos.

Além do desarmamento e integração dos homens do braço armado do maior partido de oposição nas forças armadas e na polícia, a agenda negocial entre as duas partes envolvia também a descentralização do poder, ponto que já foi ultrapassado com uma revisão da Constituição em julho.

Moçambique assistiu, entre 2015 e 2016, uma escalada nos conflitos militares entre as forças governamentais e o braço armado da Renamo, que não aceita os resultados eleitorais de 2014, acusando a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, de fraude.