1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Merkel promete apoiar reformas económicas no Gana

Reuters | DPA | AP | Lusa | tms
31 de agosto de 2018

A visita da chanceler alemã à África Ocidental está quase terminar. Esta sexta-feira, Angela Merkel e uma comitiva de empresários alemães vão até à Nigéria. Antes, a delegação da Alemanha esteve no Gana.

https://p.dw.com/p/345N1
Chanceler Angela Merkel e Presidente ganês, Nana Akufo-AddoFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

A chanceler alemã Angela Merkel prometeu apoiar o Governo ganês na implementação de reformas económicas, na melhoria das infraestruturas e no setor da energia. 

Merkel foi recebida, na quinta-feira (30.08), em Accra pelo Presidente Nana Akufo-Addo. A líder alemã elogiou os avanços do Gana em diversos setores e citou a cooperação que a Alemanha já mantém com o país através do programa "Compact with Africa", que prevê a transferência de tecnologia e conhecimento para nações africanas com o objetivo de atrair investidores ocidentais.

"O Gana é um dos líderes do desenvolvimento democrático em África. Compartilhamos os mesmos valores e princípios", afirmou Merkel. "O Gana recebeu a melhor avaliação da organização Repórteres Sem Fronteiras em relação à liberdade de imprensa. Passou por três transferências pacíficas de poder. Em relação à corrupção, muito ainda pode ser melhorado, uma das razões pelas quais o 'Compact with Africa' garante que os processos tributários sejam transparentes através da digitalização, que também se aplica a empresas estrangeiras que tentam fugir dos impostos."

Kanzlerin Merkel besucht Ghana
Chanceler Angela Merkel de visita ao GanaFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

Contratos milionários e segurança

À margem da visita ao Gana, diversas empresas alemãs, incluindo a fabricante automóvel Volkswagen, assinaram memorandos para investimentos em projetos no valor de dezenas de milhões de dólares. Além disso, Angela Merkel encontrou-se com jovens empreendedores na capital ganesa. 

A intenção da Alemanha é garantir mais investimentos para a região, para que a juventude do continente não abandone os seus países. Outro desafio é a luta contra o radicalismo islâmico, mas, segundo o Presidente ganês, os investimentos na economia poderão ajudar.

"Temos de ser capazes de abordar também as causas profundas que fizeram com que essas insurreições criassem raízes nas nossas zonas", disse Nana Akufo-Addo, frisando que são o "crescimento económico, a formação da juventude, a aquisição de competências e a criação de oportunidades" que permitem às pessoas ter um "envolvimento mais positivo na vida, ao invés de atirar bombas e mutilar e matar pessoas."

Merkel promete apoiar reformas económicas no Gana

Protestos na Alemanha contra migrantes

Em declarações aos jornalistas que a acompanham no périplo pela África Ocidental, a chanceler alemã disse que construir uma nova relação com África é essencial para a Europa.

"Acredito firmemente que só pode haver uma União Europeia próspera se lidarmos com as questões migratórias e de parceria com África", afirmou Merkel.

A Alemanha está profundamente dividida com a política migratória defendida pela chanceler, face à chegada ao país de centenas de milhares de refugiados, nos últimos anos. O partido de Angela Merkel, a União Democrata-Cristã (CDU), perde cada vez mais apoiantes enquanto a extrema-direita sobe nas sondagens.

Na última semana, a cidade de Chemnitz, no leste da Alemanha, foi palco de manifestações de grupos da extrema-direita, que protestavam contra a chanceler, depois do assassinato de um cidadão alemão alegadamente por dois imigrantes, entretanto já detidos pela polícia.

Em resposta aos protestos violentos, Merkel disse que o "ódio" não tem lugar na Alemanha.

A chanceler alemã iniciou a sua visita à África Ocidental na quarta-feira (29.08), no Senegal, onde também garantiu que iria apoiar o crescimento económico do país. Esta sexta-feira, Angela Merkel está na Nigéria. A chanceler vai visitar a sede da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e irá reunir-se com o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, e líderes da sociedade civil.