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"A sociedade não entende que ser LGBT não é escolha"

28 de junho de 2021

Celebra-se hoje (28.06) o dia do orgulho LGBT: lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros. Mas em Inhambane, a discriminação impede que as pessoas LGBT comemorem o dia em grande. Alguns são até rejeitados pela família.

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Symbolbild LGBT Homosexualität Afrika
Foto ilustrativaFoto: Reuters/J. Rinaldi

Nesta segunda-feira (28.06), dia em que se celebra o orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros), a data não se festeja em grande na província de Inhambane, no sul de Moçambique, pois estas pessoas têm sofrido discriminação social.

Para Gabriel Fumo, jovem gay de Inhambane, "a sociedade não entende que ser LGBT não é escolha, a pessoa nasce assim, mas é difícil para a sociedade aceitar isso. Muitas famílias para além de não apoiarem discriminam e lançam pedras."

Pauley Da Mara, outro jovem gay, conta que foi rejeitado pela família: "Mesmo com os meus tios não me sinto à vontade. Na família do meu pai rejeitaram-me e nem se quer me querem ver, aliás, nos meus documentos nem vem o nome do meu pai e agora minha mãe perdeu a vida, torna-se difícil."

Castro Mário, um gay da cidade de Maxixe, conta sobre a crença das pessoas em relação à sua orientação sexual: "Muitas pessoas alegam ser feitiço, outras pessoas falam mal, são poucas pessoas que aceitam. Eu passei a gostar de homem por imaginar aquela pessoa nos meus braços e não é nada de feitiço."

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A LAMBDA é uma organização moçambicana que luta pelos direitos LGBTFoto: LambdaMoz

Sensibilização

Lianny Marquel é lésbica e diz que se sente bem por ser como é. Sonha casar e formar uma família. Mas lamenta a discriminação e pede, antes, que seja aprovada uma lei do movimento LGBT.

"O meu sonho é casar com uma mulher. Se houvesse uma lei por escrito as pessoas podiam respeitar mais”, conta. E afirma: "É discriminação sim, mas tenho que perceber as pessoas que não será de [um momento para o outro que vão] aceitar aquilo que eu sou."

Hortência Banze, presidente do Fórum Mulher em Inhambane, uma organização que protege as pessoas LGBT, disse à DW que um trabalho está a ser realizado nas comunidades para por termos a discriminação contra gays e lésbicas.

"Em todos os nossos encontros, mesmo nas palestras e debates sempre nos fazemos perceber as diferenças sexuais. O facto de ser gay não significa não é pessoa", afirma para depois questionar: "Porque discriminá-lo?"

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