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Moçambique: Caça furtiva continua a ser um problema

Carlos Matsinhe (Xai-Xai)
5 de dezembro de 2018

Entre janeiro e outubro de 2018, os caçadores furtivos abateram sete elefantes e extraíram os respetivos troféus no Parque Nacional do Limpopo, província de Gaza. Em outubro também foram mortos mais dois rinocerontes.

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Elefante abatido por caçadores furtivos na província do NiassaFoto: E. Valoi

A caça furtiva no Parque Nacional do Limpopo é intensa na zona da albufeira onde os elefantes vão beber água e também nas zonas fronteiriças com o Parque Nacional Kruger, na África do Sul, e no Parque de Gonarezhou, no Zimbabué.

Os caçadores furtivos estão a sofisticar a sua atividade ilícita e desafiam os fiscais, conta o administrador do Parque Nacional do Limpopo, Cornélio Miguel: "Temos estado a ver uma tendência de crescimento da caça furtiva do elefante. Também temos estado a viver vários contactos com os caçadores furtivos, eles vêm profissionalizando a sua atividade, estão a ser mais resistentes, tentam desafiar e até tentam atirar contra os helicópteros."

O administrador do parque considera que a atitude dos caçadores furtivos coloca à prova as autoridades da área de conservação, no sentido de encontrarem novas estratégias para travar a caça furtiva.

Moçambique: Caça furtiva continua a ser um problema

Os furtivos são jovens locais sem oportunidades

Mas quem são os caçadores furtivos que atuam no Parque Nacional do Limpopo e por que motivo arriscam as suas vidas? Elvis Machaule, líder comunitário da localidade de Machamba, diz que são jovens locais pobres a mando de desconhecidos.

"Choramos muito por causa da caça furtiva, perdemos os nossos filhos. É o problema do dinheiro, as pessoas querem ser ricas, é isso. Não há emprego, não cai chuva, a conversa é sobre caçar para ter dinheiro, comprar carro e mais nada. Porque se houvesse emprego iam ficar lá para diminuir essas coisas", desabafa Machaule.

Reassentamento financiado por um banco alemão

Mosambik Cornelio Miguel in Reserva Nacional do Niassa
Cornélio Miguel, administrador do Parque Nacional do LimpopoFoto: Cornelio Miguel

No interior do Parque Nacional do Limpopo vivem cinco comunidades, que precisam de ser transferidas e reassentadas noutros locais. O Banco Alemão de Desenvolvimento KFW está a financiar, com 18 milhões de euros, o reassentamento da comunidade de Mavoze, a maior do parque.

O administrador Cornélio Miguel diz que a construção das casas onde as comunidades serão realojadas decorre a bom ritmo. São 176 casas e as primeiras famílias começam a ser transferidas no primeiro semestre de 2019.

"Mil e quatrocentas famílias a serem reassentadas, estamos a procurar alcançar acordos principalmente com a comunidade de Mavoze, mas temos já a comunidade de Bingo pronta a ser reassentada. Temos cerca de cem casas algumas completas e outras quase completas", revela o administrador do Parque Nacional do Limpopo.