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Moçambique: Vitória expressiva da FRELIMO em Inhambane

22 de outubro de 2019

Nyusi vence, em Inhambane, com 81,37% dos votos, mas RENAMO e MDM "não assinam atas". Em Panda, membros da RENAMO estão detidos por suspeita de falsificação. FRELIMO com larga vantagem também em Manica e Gaza.

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Wahlen in Mosambik
Foto: DW/L. da Conceição

O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) em Inhambane, anunciou oficialmente, esta segunda-feira (21.10), os resultados das últimas eleições de 15 de outubro, onde o partido FRELIMO e seus candidatos saem vencedores.

Agostinho Buque, presidente provincial do STAE em Inhambane, disse, durante a apresentação dos dados no salão nobre do conselho municipal da cidade, que o processo ficou marcado pelas reclamações dos partidos da oposição, mas que mesmo assim não deixou de ser um "processo transparente". No entanto, confirma Agostinho Buque, "os partidos RENAMO  e MDM não assinaram as atas".

Na votação para as presidenciais nesta província, Filipe Nyusi, da FRELIMO, obteve 266.276 votos, o correspondente a 81,37%, Daviz Simango (MDM - Movimento Democrático de Moçambique) somou 14.404 (4,4%) e Ossufo Momade (RENAMO - Resistência Nacional Moçambicana) recolheu 44.763, ou seja,  13,37% dos votos.

Célio Mate, mandatário do partido FRELIMO em Inhambane, diz que a vitória do seu partido é fruto de muito trabalho."O partido FRELIMO congratula, primeiro, os órgãos eleitorais pelo excelente trabalho no processo. Quanto aos resultados, são fruto realmente de trabalho árduo que este glorioso partido fez durante 43 dias da campanha".

Moçambique: Oposição rejeita vitória da FRELIMO em Inhambane

Já Ossumane Mussagy, vogal da RENAMO no STAE de Inhambane, frisa que o seu partido não aceita os resultados e que está a aguardar novas orientações da sua formação política. "Não aceitamos os resultados e o passo a seguir vai caber à Resistência Nacional Moçambicana em Maputo", explica.

O mesmo posicionamento tem José Sinequinha. O mandatário provincial do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) denuncia uma "grosseira fraude eleitoral", na sua opinião, a mais grave desde a introdução do sistema de multipartidarismo na década 90."O MDM não aceita esses resultados que estão a ser anunciados", frisa José Sinequinha, acrescentando que "houve muitas evidências de boletins de votos apanhados fora dos centros de votação. É um indício de que houve fraude".

Na província de Inhambane, quase metade dos eleitores não foram às urnas e mais de 11 mil votaram em branco.

Detenções em Inhambane

Entretanto, segundo revelou o porta-voz da polícia desta província moçambicana, no encontro semanal com jornalistas, encontram-se detidos no distrito de Panda, o chefe do gabinete distrital de eleições e sete membros do partido RENAMO. São acusados de falsificação de certificados de habilitações literárias para se candidatarem a membros das mesas de voto em Inhambane.

Segundo a Lusa, os sete certificados apresentavam a mesma data de emissão e as mesmas notas, tendo sido substituídos apenas os nomes, o que terá, segundo a polícia, levado às suspeitas dos órgãos eleitorais. O certificado de habilitação literária, no mínimo da 7.ª classe, é um dos requisitos para ser membro das assembleias de voto.

Nyusi com 74% em Manica

FRELIMO canta vitória em Manica

Os números até agora divulgados dão uma larga vantagem a FRELIMO em todo o país nas três eleições. Em Manica, esta vantagem é expressiva. Na votação para as presidenciais, Filipe Nyusi obteve 381.822  votos, correspondente a 74,85%, Ossufo Momade (Renamo - Resistência Nacional Moçambicana) recolheu 113.204, ou seja,  22,19%,  e Daviz Simango (MDM - Movimento Democrático de Moçambique) somou 12.554 (2,46%). Mário Albino da AMUSI, teve apenas 2.555 votos, ou seja, 0.50%.

Para a Assembleia da República, a FRELIMO conquistou 7,653% dos votos, seguida da RENAMO com 2,362% e o MDM com 2,53%. Resultados muito semelhantes registaram-se para a Assembleia Provincial.

Zambézia e Gaza

Foram revelados também, esta segunda-feira (21.10), os resultados nas províncias da Zambézia, onde a FRELIMO conseguiu a maioria dos votos pela primeira vez desde 1994, o ano das primeiras eleições multipartidárias em Moçambique.

O partido no poder venceu, na Zambézia, com 65,49% dos votos; a RENAMO foi o segundo partido mais votado, com 29,6%, o MDM em terceiro lugar com 3,39% dos votos e a Ação de Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI) conseguiu 0,37% dos votos. Filipe Nyusi, o candidato presidencial da FRELIMO, venceu as presidenciais com 69,5% dos votos.

A vitória mais expressiva da FRELIMO registou-se, até ao momento, na província de Gaza, no sul do país, onde obteve 95,02% dos votos.

Os principais partidos da oposição, RENAMO e MDM, não aceitam os resultados.