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RENAMO queixa-se da violência policial em Quelimane

16 de dezembro de 2019

Em Quelimane, província central da Zambézia, a RENAMO condenou a atitude da Polícia da República de Moçambique (PRM) por excesso de violência numa marcha. Polícia Municipal diz ter tentado proteger manifestantes.

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Apoiantes da RENAMO em Quelimane Foto: DW/M. Mueia

Segundo a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), dez membros do maior partido da oposição, que fazem parte de uma associação juvenil local, ficaram feridos em confrontos com a PRM.

Em conferência de imprensa realizada esta segunda-feira (16.12), o delegado da RENAMO, Costa Amado, esclareceu que a manifestação foi convocada pelo Conselho da Juventude de Quelimane e não pelo maior partido da oposição, que também participou na iniciativa.

Mosambik | Sidner Lonzo
Sidner Lonzo; porta-voz da PRM na ZambéziaFoto: DW/M. Mueia

Costa Amado disse que a polícia torturou os manifestantes sem motivo e algumas vítimas ainda estão a receber tratamento hospitalar. "O Conselho Juvenil da cidade de Quelimane iria marchar para fechar o seu ano, ficou equivocada a polícia ao dizer que a manifestação não era de jovens, era do partido", explicou Amado.

"Quero confirmar e reiterar aqui que, quanto à manifestação do partido, o comandante sabe que a nossa carta aparece com o carimbo do partido, a perdiz, mas foi simplesmente a marcha da juventude", disse o delegado político.

Autoridades sabiam da marcha "há uma semana"

O presidente do Conselho da Juventude distrital, Jonathan Suleimane, disse que as autoridades policiais já tinham sido informadas da realização da marcha há uma semana.

RENAMO queixa-se da violência policial em Quelimane

Segundo Suleimane, foi submetida uma carta a solicitar proteção policial, mas a PRM usou a força e retirou os jovens incluindo membros de outros partidos.

"Não tinha nenhuma cor partidária. O Conselho da Juventude Municipal convidou o Parlamento Juvenil, o Conselho Provincial da Juventude, líderes religiosos, era uma marcha mista, não tinha nenhuma cor partidária", esclareceu.

Polícia Municipal tentou proteger manifestantes

Além da PRM, a Polícia Municipal também esteve no local. O comandante da Polícia Municipal de Quelimane, Cândido Alferes, admite que a sua força tentou, sem sucesso, proteger o grupo dos manifestantes da atuação da PRM.

A Polícia Municipal diz que muito cedo estava no local para acompanhar a marcha, mas a PRM, empunhando armas, impediu a sua atuação e a manifestação dos jovens.

Cândido Alferes conta que até os seus elementos tiveram de fugir por causa da violência: "A Polícia Municipal tentou [proteger os manifestantes], mas não conseguiu porque não tinha armas. Houve disparos e gás lacrimogéneo, houve feridos. Cada um saiu a correr e nós temos o conhecimento de 10 [feridos]."

No entanto, porta-voz do comando provincial da PRM na Zambézia, Sidner Lonzo, desmentiu que a polícia tenha sido informada sobre a marcha da RENAMO e disse que ninguém foi ferido. "Não houve comunicação à polícia. Felizmente foi uma atuação que não trouxe nenhum dano humano, não houve nenhum indivíduo ferido. Estamos felizes porque a nossa atuação foi dentro da lei e conseguimos lograr o nosso intento que era de dispersar aquela massa", afirmou.

Repressão policial contra marchas da RENAMO