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Moçambique: Autoridades da Zambézia querem menos filhos

1 de novembro de 2017

As autoridades provinciais desafiam a população a reduzir número de filhos: recomendam quatro por família, no máximo, em vez de oito filhos. Pretendem assim combater a pobreza e a mortalidade infantil.

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Foto: Fotolia/poco_bw

Segundo as autoridades, a desnutrição, a mortalidade infantil e a pobreza são problemas que poderão ser reduzidos se houver uma diminuição do número de filhos.

Por isso, Hidayat Kassim, diretor Provincial de Saúde de Zambézia, lança o apelo: "As mulheres devem reduzir o número de filhos que têm. Nós sabemos que, em média, a taxa de fertilidade é de cerca de sete, oito filhos por mulher. É um numero muito elevado que aumenta o risco da mortalidade materna".

Mosambik Hidayat Kassim
Hidayat Kassim, diretor provincial de Saúde da ZambéziaFoto: DW/M. Mueia

O fato de as famílias, particularmente na província da Zambézia, serem numerosas, constituídas por sete a dez membros dificulta o controlo da sanidade, acrescenta  Hidayat Kassim.

"O objetivo que temos é de instruirmos as nossas famílias a terem menos filhos para reduzir a mortalidade e conseguirmos cuidar dos nossos filhos. Uma família que tem 10 filhos é diferente de uma família que tem quatro filhos. A família que tem menos filhos vai conseguir cuidar deles: vai fazer com que elas vão à escola, vai conseguir dar sustento a todos e isso vai contribuir para o bem estar da família", argumenta o diretor provincial de Saúde da Zambézia.

Segundo o último relatório do Índice de Desenvolvimento Humano, em 2015, por cada 100 mil nascimentos registam-se em Moçambique quase 490 mortes maternas.

Reduzir o número de filhos será a solução?

Mosambik Anifa Paz, Aktivistin in Zambézia
Anifa Paz, ativista comunitáriaFoto: DW/M. Mueia

A ativista comunitária Anifa Paz considera que para a melhoria das condições de vida e de saúde da população não basta reduzir o número de filhos. O Governo deve proporcionar melhores serviços à população, defende.

Além disso, outros fatores prejudicam o nível de vida das famílias. "Não há chuva, a chuva cai em pouca quantidade. Por isso, há muita pobreza. Antigamente, os nossos entes passados tinham muitos filhos. A prática da agricultura recompensava, porque não havia escassez de chuva como atualmente. As mudanças climáticas prejudicam-nos", afirma Anifa Paz.

Campanha de suplementação a bebés e crianças

Esta semana, mais de 600 mil bebés na Zambézia deverão receber suplementados de vitamina A e outras 550 mil crianças deverão ser administradas com medicamento antiparasitário.

Moçambique: Autoridades da Zambézia querem menos filhos

"Nós sabemos que a vitamina A é muito importante para a criança ter boa visão, para o seu crescimento, para o seu sistema imunológico ficar mais forte, a fim de combater as doenças. O objetivo da desparasitação é diminuir a incidência de parasitas intestinais", esclarece o diretor provincial de Saúde Hidayat Kassim.

Durante o lançamento da campanha, na segunda-feira (30.10), que deverá decorrer durante toda a semana, populares pediram às autoridades para disponibilizar medicamentos, uma vez que é muito frequente a falta de fármacos nas unidades de saúde, principalmente nos centros de saúde localizados longe das vilas.

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