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Genocídio na Namíbia: Parlamento invadido antes de votação

Reuters
21 de setembro de 2021

Centenas de pessoas invadiram o Parlamento, em Windhoek, antes da votação sobre a indemnização oferecida pela Alemanha aos Herero e Nama. Para os manifestantes, a oferta "apenas aguça a dor" das vítimas do genocídio.

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Foto: Sakeus Iikela/DW

Cerca de 300 manifestantes invadiram o Parlamento da Namíbia esta terça-feira (21.09), quando a Assembleia Nacional se preparava para votar sobre uma oferta de indemnização de mil milhões de dólares da Alemanha para reparar o genocídio de Hereros e Namas (1904-1908).

As autoridades namibianas anunciaram a 28 de maio que a Alemanha tinha concordado em financiar projetos com aquele montante por um período de mais de 30 anos, para compensar o massacre na sua então colónia, há mais de um século.

A Alemanha pediu perdão naquela mesma data pelo seu papel na matança das etnias Herero e Nama e descreveu oficialmente o massacre como genocídio pela primeira vez.

Protesto em Windhoek

Os manifestantes liderados pela oposição e líderes tradicionais das comunidades afetadas marcharam na capital Windhoek antes de escalarem uma cerca para entrar no edifício do Parlamento.

Namibia Windhoek | Proteste gegen Genozid Abkommen mit Deutschland
Para os manifestantes, o acordo oferecido pela Alemanha não bastaFoto: Sakeus Iikela/DW

Para os manifestantes, a soma oferecida pela Alemanha é demasiado pequena. E também argumentaram não terem participado nas negociações com Berlim.

"O chamado acordo é um flagrante desrespeito pelas nossas legítimas exigências de reparação e restituição", lê-se numa petição entregue ao deputado Loide Kasingo.

Genocídio

As forças coloniais alemãs mataram milhares de Herero e Nama entre 1904 e 1908, depois de os grupos étnicos se terem rebelado contra o domínio alemão da colónia, então denominada Sudoeste Africano Alemão.

Namíbia: um genocídio esquecido

Os sobreviventes foram levados para o deserto, onde muitos acabaram em campos de concentração para serem utilizados como mão-de-obra escrava, alguns morreram de frio, desnutrição e exaustão.

"O acordo fica aquém... Sobre pedidos de desculpas e reparações significativas... Não é justo e apenas aguça a nossa dor", disse Kavemuii Murangi, um descendente de uma das vítimas, numa declaração.

Procurada pela agência de notícias Reuters, a embaixada alemã em Windhoek não comentou a manifestação.

Entretanto, uma fação pró-governamental do Herero e Nama aceitou provisoriamente a oferta da Alemanha, disse um dos seus líderes, Gerson Katjirua, numa conferência de imprensa. A votação parlamentar, que deveria ter lugar mais tarde, na terça-feira, deve passar.

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