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Namibe: Taxistas em greve pela subvenção aos combustíveis

Adilson Liapupula
12 de março de 2024

Moçâmedes amanheceu sem táxis nas ruas, esta terça-feira. Motoristas entraram em greve para exigir reajustes no preço da corrida e a revogação do decreto presidencial que elimina a subvenção à gasolina.

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Angola - Mocâmedes
Mobilidade restringida na província do Namibe: taxistas querem mais dinheiro e preços de combustível mais acessíveis Foto: Adilson Liapupula/DW

A frustração entre os taxistas da província do Namibe é grande: com o fim da subvenção à gasolina, anunciado na semana passada, os motoristas afirmam que se tornará inviável arcarem com todas as despesas. Além disso, a tarifa atual de 1.100 kwanzas (cerca de 1,20 euros) não cobre os custos operacionais, contam ao repórter da DW África, em pleno centro da capital do Namibe.

"Faço a rota Tômbwa e estamos vivendo uma fase muito difícil", conta um motorista da Lopera do Gueto. "Os cartões do subsídio estão demorando muito para serem entregues. Abastecer com o nosso próprio dinheiro é muito complicado." 

Outro motorista da rota R9 desabafa: "Como a subvenção dos cartões foi retirada, achámos por bem paralisar as atividades para exigir uma atualização do preço da corrida." 

Associação ATAXINA publicou vários panfletos, anunciando a paralisação da sua atividade
Associação ATAXINA publicou vários panfletos, anunciando a paralisação da sua atividadeFoto: Adilson Liapupula/DW

Associação dos taxistas justifica paralisação

A Associação dos Taxistas do Namibe (ATAXINA) solicitou ao Governo o reajuste da tarifa há cerca de um ano, mas não obteve resposta.

"Esta paralisação vai ajudar a refletir, pois se a situação permanecer com os preços altos, muitos taxistas correm o risco de ficar sem trabalho", explica Jacinto Segunda, fiscal da ATAXINA.

Com a greve, a população enfrenta sérios problemas na sua mobilidade em toda a província do Namibe. 

Vendedoras ambulantes e estudantes de Mocâmedes estão entre os grupos que mais sofrem com a paralização dos taxis
Vendedoras ambulantes e estudantes de Mocâmedes estão entre os grupos que mais sofrem com a paralização dos taxisFoto: Adilson Liapupula/DW

Uma passageira diz à DW que lamenta a greve: "Estou aqui há mais de 30 minutos e não apareceu nenhum táxi. É muito duro para nós."

A associação ATAXINA espera negociar com o Governo um reajuste da tarifa e a revogação dos cortes à subvenção, diz o presidente da associação Cipriano Mateus: "A paralisação dos serviços de táxis será para toda a província e vai continuar até haver uma negociação com o governo do Namibe", promete.