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Negociações russo-ucranianas sem avanços concretos

tm | com agências
28 de fevereiro de 2022

Conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia nesta segunda-feira terminaram sem avanços concretos, mas devem continuar. Presidente ucraniano Volodimir Zelenski assinou hoje pedido de entrada da Ucrânia na UE.

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Ukraine Krieg l Militärlastwagen mit einem schweren Artilleriegeschütz vom Typ 2S7 Pion bei Belgorod
As primeiras negociações ocorreram ao quinto dia de combates. Foto: Mikhail Voskresenskiy/Sputnik/dpa/picture alliance

As conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia na tarde desta segunda-feira (28.2) terminaram sem avanços para um cessar-fogo, mas as delegações admitiram um novo encontro "em breve".  

As negociações ocorreram ao quinto dia de combates, durante o qual eclodiram violentos confrontos na cidade ucraniana de Kharkiv (leste), onde as autoridades locais relataram que pelo menos 11 civis foram mortos, e dezenas de feridos em decorrência dos bombardeamentos russos. 

Antes do término das conversações, o Presidente ucraniano Volodimir Zelenski assinou o pedido formal de adesão da Ucrânia à União Europeia (UE).

"É um momento histórico", lê-se numa mensagem da Verkhovna Rada (Parlamento ucraniano) divulgada pela rede Telegram, onde se pode ver o Presidente ucraniano no momento da assinatura do documento. 

Ukraine Präsident Selenskyj unterzeichnet  Antrag auf Mitgliedschaft  in EU
Presidente da Ucrânia (centro) assina o pedido de adesão à União Europeia. Foto: Office of the President of Ukraine

"Fazemos um apelo à União Europeia para a adesão imediata da Ucrânia sob um novo procedimento especial", disse Zelenski em uma mensagem de vídeo.

A Comissão da UE leva "de 15 a 18 meses" para emitir uma opinião sobre a concessão do status de candidato, mas "este período pode ser mais longo ou mais curto, dependendo de considerações políticas", disseram hoje fontes da UE

Pressionar Moscovo

Vários países anunciaram hoje medidas para pressionar Moscovo contra a guerra na Ucrânia. No fim da tarde, após as conversações russo-ucranianas, a Turquia anunciou o bloqueio de navios militares nos estreitos do Bósforo e de Dardanelos.

Também a Suíça, depois de certa relutância inicial, e ser tradicionalmente neutra no conflito Rússia-Ucrânia, concordou em implementar um conjunto de sanções contra a Rússia, em conformidade com as impostas pela União Europeia. Anunciou ainda que congelaria ativos de Putin, Lavrov e outros dirigentes russos.

No início da tarde, enquanto decorriam as negociações perto da fronteira da Ucrânia com a Bielorrússia, a Rússia informou a proibição de voos de companhias aéreas da Alemanha e mais 35 países.

Belarus Verhandlungen zwischen Russland und Ukraine in der Region Gomel
Membros da delegações russa e ucraniana durante encontro hoje.Foto: Alexander Kryazhev/ITAR-TASS/imago images

A autoridade da aviação civil russa disse que estava a introduzir as restrições "como medida de retaliação à proibição, por parte dos estados europeus, de voos da aviação civil operados por companhias aéreas russas ou registadas na Rússia".

Bielorrússia

A Bielorrússia mediou o encontro entre as delegações de Rússia e Ucrânia, tendo o ministro dos Negócios Estrangeiros bielorrusso, Uladzimir Makiej, dito aos negociadores, antes do encontro, que se podiam sentir "completamente seguros" na Bielorrússia, de acordo com os média locais.

"Caros amigos, o Presidente da Bielorrússia [Alexander Lukashenko] pediu para vos dar as boas-vindas e assegurar o vosso trabalho tanto quanto possível. Como acordado com os Presidentes [Volodimir] Zelenski e [Vladimir] Putin, podem sentir-se completamente seguros. Este é o nosso dever sagrado", disse Makiej, citado pela agência bielorrussa.

Segundo o chefe da diplomacia bielorrussa, Lukashenko disse que esperava "sinceramente que as conversações de hoje permitissem solucionar todos os problemas".

Entretanto, o êxodo massivo de refugiados ucranianos não deu hoje sinais de abrandamento, com a Organização das Nações Unidas (ONU) a estimar que mais de 500 mil pessoas já fugiram da Ucrânia devido à invasão russa. 

A ameaça de Putin