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Nigéria: Emboscadas, raptos e mortes marcam final de semana

AFP | DPA | Lusa | cvt
20 de dezembro de 2020

Cinco soldados nigerianos foram mortos numa emboscada e mais de 30 civis foram raptados noutro ataque no estado de Borno. No estado de Katsina, 80 estudantes raptados no sábado foram resgatados este domingo.

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Nigeria Katsina | Kankara | Angriff auf Schule
Foto: Abdullahi Inuwa/REUTERS

Um comboio militar foi atacado por jihadistas no nordeste do estado de Borno, no sábado (19.12), e os militantes também atacaram um comboio de transporte na mesma região um dia antes, raptando 35 pessoas e matando uma mulher.

O ataque de sábado ao comboio militar teve lugar fora de Mafa, 44 quilómetros a norte da capital regional Maiduguri.

"Os terroristas dispararam uma granada movida por foguetes que atingiu um dos veículos do comboio com cinco soldados dentro," disse à agência noticiosa AFP uma fonte de segurança. 

"Todos os cinco foram mortos".

Os insurgentes apreenderam dois veículos no ataque, acrescentou uma segunda fonte que confirmou as cinco mortes.

Mais de 30 raptados

Pelo menos 35 pessoas foram raptadas na sexta-feira (18.12) por militantes do grupo Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP) num posto de controlo falso na aldeia de Garin Kuturu nos arredores de Jakana, a 25 quilómetros de Maiduguri.

"Os terroristas do ISWAP que estavam vestidos com uniforme militar pararam os veículos. Alguns dos passageiros fugiram para o mato enquanto 35 foram feitos reféns", disse um oficial das milícias pró-governamentais.

Uma mulher foi morta a tiro e várias outras pessoas ficaram feridas, quando os militantes abriram fogo sobre aqueles que fugiam para o mato, acrescentou a fonte.

Jakana, que fica ao longo da estrada de 120 km que liga Maiduguri e Damaturu, a capital do vizinho estado Yobe, é um bastião do ISWAP.

Os raptos de civis pelos jihadistas na região têm vindo a aumentar, provocando o aumento de destacamentos militares que não conseguiram pôr fim aos crimes.

Libertados 80 estudantes raptados no sábado

No sábado à noite, "80 estudantes que regressavam à sua aldeia de Mahuta, no estado de Katsina [...] foram raptados por bandidos, que já tinham raptado quatro pessoas e roubado 12 vacas", disse o porta-voz da polícia, Gambo Isah, adiantando que as "84 pessoas raptadas foram resgatadas" pela manhã.

Entretanto, o chefe de uma milícia de autodefesa, Abdullahi Sada, disse à agência de notícias AFP que quando a notícia do rapto chegou a Mahuta, a cidade onde viviam as crianças, os residentes e os vigilantes do grupo de autodefesa mobilizaram-se e partiram em busca dos raptores, que foram rapidamente identificados como membros da comunidade de pastores 'fulas'. 

"Invadimos a sua área, sabíamos que eles tinham as crianças e também sequestramos alguns membros da comunidade, avisando que se alguma coisa acontecesse aos nossos filhos, nenhum 'fula' viveria mais aqui", acrescentou Sada.

A operação "desalojou os bandidos e salvou as 84 vítimas raptadas", disse o porta-voz da polícia, acrescentando que a polícia continua a "prender os bandidos" e que foi aberta uma "investigação". Ainda segundo Gambo Isah, não está claro quem são os responsáveis pelos raptos.

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