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TerrorismoNigéria

Nigéria reforça buscas por estudantes sequestrados

AFP | Lusa
14 de dezembro de 2020

Soldados procuram centenas de estudantes em fuga e raptados por homens armados numa escola no estado de Katsina, no noroeste do país. Mais de 300 continuam desaparecidos após ataque já condenado pela ONU.

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Nigeria Katsina | Kankara | Angriff auf Schule
Foto: Abdullahi Inuwa/REUTERS

As autoridades nigerianas tentam localizar mais de 300 alunos que continuam desaparecidos depois de um ataque armado à Escola Secundária de Ciências do Governo em Kankara, no estado de Katsina, no noroeste do país, na sexta-feira (11.12). Homens armados em motorizadas invadiram a escola ao final do dia de sexta-feira, seguindo-se uma troca de tiros com as forças de segurança, forçando centenas de estudantes a fugir para o mato.

"Soldados estão atualmente na floresta a combater os atacantes. Faremos tudo ao nosso alcance para garantir que todas as crianças sequestradas são resgatadas", garantiu o governador do estado, Aminu Bello Masari, que visitou a escola no sábado.

O porta-voz da polícia nacional, Frank Mbas, afirma que "foram destacados meios operacionais e de investigação adicionais para apoiar as operações de busca e salvamento em curso em Kankara".

Segundo as autoridades, ainda não é claro quantos estudantes estão nas mãos dos atacantes e quantos conseguiram fugir. "A escola tem 839 pessoas e, até agora, desconhecemos o paradeiro de 333 alunos”, adiantou o governador Masari este domingo. "Continuamos a contar, porque ainda há mais a sair da floresta. Até agora, não conseguimos dar o número exato de crianças sequestradas", acrescentou.

Nigeria Katsina | Kankara | Angriff auf Schule
Escola Secundária de Ciências do Governo de Kankara após o ataque.Foto: Abdullahi Inuwa/REUTERS

Nações Unidas condenam ataque

Osama Aminu Maale, um dos estudantes que conseguiu fugir dos sequestradores, afirma que mais de 500 alunos foram levados pelos homens armados. "Depois de nos levarem para um autocarro, forçaram os estudantes mais velhos a fazer a contagem. Contámos 520", explicou o jovem de 18 anos à agência de notícias AFP.

Os reféns foram divididos em grupos, antes de Maale e outros quatro alunos conseguirem fugir.

Desde o ataque, todas as escolas secundárias do estado foram encerradas. No domingo, a UNICEF disse, em comunicado, que "condena com a maior veemência este ataque brutal e apela à libertação imediata e incondicional de todas as crianças e ao seu regresso às suas famílias". A agência das Nações Unidas para a Infância disse estar "profundamente preocupada com estes atos de violência".

"Os ataques às escolas são uma violação dos direitos das crianças. Este é um alerta sombrio de que os raptos de crianças e as graves violações generalizadas dos direitos das crianças continuam a ter lugar no norte da Nigéria", sublinha a UNICEF.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também condenou o ataque este domingo e apelou à libertação dos estudantes. Guterres reafirma "a solidariedade e o apoio da ONU ao Governo e ao povo da Nigéria na sua luta contra o terrorismo, o extremismo violento e o crime organizado".

No sábado, o Presidente Muhammadu Buhari pediu às forças de segurança que detenham os atacantes. "Condeno veementemente o ataque cobarde a crianças inocentes na escola de Kankara. As nossas orações estão com as famílias dos estudantes, as autoridades escolares e os feridos", afirmou.

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