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Eleições em Angola: Nimi Ya Simbi promete erradicar a fome

5 de agosto de 2022

Em menos de um ano, o candidato da FNLA conseguiu pôr fim à instabilidade há muito vivida na mais antiga organização política no país. Se for eleito, a 24 de agosto, promete acabar com a "miséria incrível" dos angolanos.

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Nimi Ya Simbi (ao centro), com os antigos presidente da FNLA Lucas Ngonda (direita) e Ngola Kabangu (esquerda).Foto: Nelson Francisco Sul/DW

Nimi Ya Simbi, de 71 anos, é o cabeça de lista da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) às quintas eleições multipartidárias, que se realizam a 24 de agosto. O candidato presidencial da mais antiga organização política do país, fundada há 68 anos, nasceu em Bembe, a 9 de agosto de 1951.

Em 1961, logo no início da luta de libertação nacional contra o colonialismo português, Nimi Ya Simbi foge com os pais para o antigo Congo Léopoldville. No país vizinho, instala-se na província de Matadi. 

Entrou para a política em 1979, filiando-se na FNLA, recrutado por colegas da universidade onde estudava. "Quando estava em Matadi, havia muitos atos da FNLA, mas naquela altura, não me chamava muita atenção. Tinha aí os meus 20 ou 22 anos, e só me preocupava em jogar à bola - porque era um bom jogador de futebol", recorda, em entrevista à DW África.

O rumo mudou quando entrou na Universidade de Kisangani, em 1974: "Encontrei estudantes que militavam na FNLA. Foi assim que entrei na célula e passei a assistir a aulas de políticas".

Angola, Luanda | Nimi a Simbi
Nimi Ya SimbiFoto: Manuel Luamba/DW

De cargo em cargo até à liderança

Nos mais de 40 anos de militância, exerceu, entre outros cargos, a função de secretário-geral do partido, no tempo de Álvaro Holden Roberto, o falecido líder histórico da União dos Povos de Angola (UPA) e da Frente Nacional de Libertação de Angola.

Com a morte de Holden Roberto, em 2007, assumiu as funções de vice-presidente do partido na presidência de Ngola Kabangu. Um acordão de 2009 do Tribunal Constitucional retirou Kabangu da presidência e designou Lucas Ngonda como legítimo sucessor de Holden Roberto, uma vez que, por altura da morte do líder histórico, Ngonda era o primeiro vice-presidente. 

Após mais de 10 anos da turbulenta presidência de Lucas Ngonda, Nimi Ya Simbi sucedeu-lhe no cargo no último congresso do partido, em setembro de 2021. O novo presidente recorda os valores que nortearam a criação daquele partido: "A FNLA tem um programa que se chama Liberdade e Terra. FNLA defendeu sempre que a terra pertence aos angolanos e deve ser instaurado ao nível do país um sistema democrático. Aliás, este foi sempre a base de discórdia entre o MPLA e a FNLA."

"O angolano, o cão e o gato comem no mesmo sítio"

Em menos de um ano, conseguiu pôr termo à instabilidade há muito vivida na mais antiga organização política em Angola, unindo as várias frações. Nimi Ya Simbi enfrenta agora João Lourenço na corrida à Presidência de Angola e assume como prioridade a erradicação da fome, se a maioria dos cerca de 14 milhões de eleitores votarem no partido da Liberdade e Terra. 

"O meu grande compromisso, nos próximos cinco anos é, efetivamente, fazer tudo para acabar com a fome. Os angolanos vivem na miséria incrível. Estou a sair agora das províncias, eu andei de carro, desta vez fiz cerca de 800 quilómetros. Passa a ver como os angolanos vivem, tristes: o angolano, o cão e o gato comem no mesmo sítio", lamenta.

Filho de um antigo alfaiate, Fernando Ya Simbi, e de Massamba Graça, Nimi é o primogénito de seis irmãos. Fez os seus estudos no Congo Democrático, desde o ensino primário até à Universidade de Kisangani. É licenciado em Psicologia do Trabalho e foi professor. É pai de quatro filhos e casado há 41 anos.

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