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Novas tecnologias aceleram e refinam diagnóstico da tuberculose

22 de outubro de 2012

Durante Cimeira Mundial da Saúde, realizada no último fim de semana (21.10) em Berlim, especialistas discutiram diagnósticos mais exatos e mais rápidos da doença que matou 1,4 milhões de pessoas no mundo em 2011.

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Estudo de bactérias no Instituto Robert Koch, em Berlim
Estudo de bactérias no Instituto Robert Koch, em BerlimFoto: picture-alliance

Francis Drobniewski, professor de saúde internacional e tuberculose da Universidade Queen Mary de Londres, apresentou uma avaliação das novas tecnologias de diagnóstico da tuberculose, que a partir de amplificação genética, são capazes de identificar com mais precisão a presença da bactéria causadora da doença, em comparação com os métodos mais antigos, que nem sempre obtinham resultados confiáveis.

"Algumas vezes os clínicos cometeriam erros, por exemplo, diagnosticando como tuberculose alguma outra infecção bacteriana e iniciariam o tratamento, que é um pouco tóxico, sem necessidade", explica o professor. "Igualmente, se você deixa de diagnosticar a tuberculose, o doente vai para casa e infecta outras pessoas. Assim, diagnose e tratamento precoces são bons para o paciente e também bloqueiam a transmissão", acrescenta.

As novas tecnologias têm também a vantagem de identificar se a bactéria é sensível aos medicamentos ou se ela desenvolveu resistência a eles, o que segundo o professor Francis Drobniewski, define os rumos e o sucesso do tratamento da doença.

"Podemos tratar a tuberculose que é sensível a drogas com diversos medicamentos por seis meses e temos quase 100% de cura", afirma Drobniewski. Porém, segundo o especialista, uma vez que a bactéria começa a desenvolver resistência às drogas, o índice de sucesso pode cair em 50%.

Diagnóstico mais rápido

Com as novas tecnologias, os diagnósticos são disponibilizados em até dois dias, o que antigamente poderia demorar semanas. Talvez a grande desvantagem estaria no preço. Cada exame custa entre 20 e 60 euros.

A médica Sarah Van Rompáey, especialista em Saúde Internacional, também participou do evento. Veio a Berlim mostrar os resultados de um estudo sobre a SIDA na República Democrática do Congo (RDC): "Quando se faz o teste da SIDA, é preciso ir para um centro de tratamento. Na RDC, a maioria não vai e não se sabe muito bem por que. Este é um grande problema de saúde em vários países africanos", constata a médica.

Diagnóstico de tuberculose pode ajudar a combater SIDA

Em sua pesquisa, van Rompáey identificou uma ligação entre os tratamentos de tuberculose e da SIDA. Para ela, as novas tecnologias de diagnóstico podem contribuir também para o combate à doença: "Vê-se que, em pessoas que têm tuberculose, a prevalência do vírus da SIDA é mais alta. Enquanto que, na população geral, a taxa é de 1,3%, entre as pessoas com tuberculose ela é de 6%. Se testar todas as pessoas com tuberculose, pode encontrar muitos pacientes", revela van Rompáey.

Por já estarem em tratamento contra a tuberculose, ficaria mais fácil tratar esses pacientes se eles tiverem o vírus HIV, "porque já sabem que estão doentes", segundo a médica.

A tuberculose continua a ser motivo de preocupação em diversos países. De acordo com o relatório (Global de tuberculose 2012), publicado pela Organização Mundial de Saúde, em 2011 foram registrados cerca de 8,7 milhões de novos casos da doença no mundo e 1,4 milhões de pessoas morreram vítimas da tuberculose. Algumas regiões da África são bastante afetadas, como é o caso de Moçambique que no ano passado teve 47.452 casos notificados.

Autora: Cristiane Vieira Teixeira (Berlim)
Edição: Renate Krieger/António Rocha

A médica Sarah Van Rompáey diz que novos diagnósticos de tuberculose também ajudam a combater a SIDA
A médica Sarah Van Rompáey diz que novos diagnósticos de tuberculose também ajudam a combater a SIDAFoto: DW/Vieira
Francis Drobniewski, professor da Universidade Queen Mary de Londres: novas tecnologias evitam erros e identificam se bactéria de tuberculose é resistente a medicamentos
Francis Drobniewski, professor da Universidade Queen Mary de Londres: novas tecnologias evitam erros e identificam se bactéria de tuberculose é resistente a medicamentosFoto: DW/Vieira

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